CIRÚRGIA VASCULAR
Nadjara Martins
Repórter
Há 12 dias, José Barbosa da Silva Filho, 58 anos, aguarda por uma cirurgia no corredor do hospital de referência em traumatologia do Rio Grande do Norte – Monsenhor Walfredo Gurgel. Entretanto, a cirurgia aguardada por José não é ortopédica, mas vascular. “Estava caminhando, batalhando, quando pisei em um prego que atravessou a chinela havaiana”, conta o morador de Passo da Pátria, que desenvolveu o chamado “pé diabético”. Após passar por três unidades de saúde, foi acolhido pelos corredores do Walfredo, onde aguardava ontem (18), com outros nove pacientes, por uma transferência para o hospital especializado – o Rui Pereira (antigo Itorn). Apenas uma vaga é disponibilizada por dia pela unidade.
Repórter
Há 12 dias, José Barbosa da Silva Filho, 58 anos, aguarda por uma cirurgia no corredor do hospital de referência em traumatologia do Rio Grande do Norte – Monsenhor Walfredo Gurgel. Entretanto, a cirurgia aguardada por José não é ortopédica, mas vascular. “Estava caminhando, batalhando, quando pisei em um prego que atravessou a chinela havaiana”, conta o morador de Passo da Pátria, que desenvolveu o chamado “pé diabético”. Após passar por três unidades de saúde, foi acolhido pelos corredores do Walfredo, onde aguardava ontem (18), com outros nove pacientes, por uma transferência para o hospital especializado – o Rui Pereira (antigo Itorn). Apenas uma vaga é disponibilizada por dia pela unidade.
Magnus NascimentoJosé Barbosa, 58 anos, aguarda no corredor do HWG há 12 dias por vaga para cirurgia vascular
No Rio Grande do Norte, a diabetes segue a mesma tendência nacional de crescimento. De acordo com a pesquisa Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014), a doença atinge 52% da população natalense – a capital é a 14ª no Brasil. A falta de assistência ao tratamento e controle da doença na base do sistema de saúde, porém, leva ao agravamento do quadro e a amputação de membros.
Embora possua 81 leitos para internação e oito de UTI, a capacidade do hospital Rui Pereira não dá vazão à necessidade do estado. Além dos nove pacientes que aguardavam vaga nos corredores do Walfredo, mais oito esperavam a cirurgia em casa. Segundo a diretora geral do hospital, a falta de “disposição e condição” dos municípios impede o contrarreferenciamento. Nestes casos, o hospital, além de superlotar, também sofre com desabastecimento.
“O Walfredo deve ser apenas urgência e emergência vascular, e estamos
tentando fazer isso. A ideia é que este paciente nem deveria ter entrado
no Walfredo. Não temos leitos suficientes agora, precisamos da
rotatividade, e por isso é importante que ele vá para o seu município e
aguarde o atendimento lá”, afirma a diretora geral do Rui Pereira,
Patrícia Albuquerque.
O hospital dispõe de 81 leitos de enfermaria, mais oito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Diariamente, disponibiliza uma vaga para o Walfredo Gurgel e duas para a fila de espera de cirurgias vasculares. “A reestruturação do nosso fluxo chegou em julho de 2014, mas a adaptação demanda certo tempo, e precisa da conscientização dos municípios. É preciso que o paciente que fez a cirurgia retorne em pouco tempo para o município de origem”, acrescentou Patrícia Albuquerque. Uma alternativa adotada pelo hospital é fazer a triagem ambulatorial dos pacientes, criando uma “lista de espera” de cirurgias para pacientes que não estão em estado grave.
De acordo com ela, a unidade já começou a sofrer com desabastecimento devido à superlotação. “Vai chegar a um ponto, como já estamos passando, de desabastecimento. Não temos como assumir tudo. Recebemos na última sexta-feira antibiótico e cobertura de curativos, já está quase tudo normalizado”, garantiu.
A diretora do Walfredo Gurgel, Fátima Pinheiro, reconhece que as emergências vasculares devem ser recebidas pela unidade, mas afirma que o prazo para deslocamento dos pacientes não é respeitado. “O grave vem, faz o procedimento, e teríamos um prazo de pelo menos 48 horas para transferir. O problema é que a base não está funcionando, então o paciente já chega grave. E por mais que a gente consiga mandar um por dia (para o Rui Pereira), entram quatro, cinco e até dez por dia”, assevera.
O pedreiro João Alves de Assis, de 52 anos, tentava ontem uma tática diferente na busca de uma transferência. Resolveu ficar em jejum para caso surgisse uma vaga de cirurgia. “Não tomei café, estou esperando para ver se me transferem”, comentou o pedreiro, que também sofria com pé diabético.
O hospital dispõe de 81 leitos de enfermaria, mais oito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Diariamente, disponibiliza uma vaga para o Walfredo Gurgel e duas para a fila de espera de cirurgias vasculares. “A reestruturação do nosso fluxo chegou em julho de 2014, mas a adaptação demanda certo tempo, e precisa da conscientização dos municípios. É preciso que o paciente que fez a cirurgia retorne em pouco tempo para o município de origem”, acrescentou Patrícia Albuquerque. Uma alternativa adotada pelo hospital é fazer a triagem ambulatorial dos pacientes, criando uma “lista de espera” de cirurgias para pacientes que não estão em estado grave.
De acordo com ela, a unidade já começou a sofrer com desabastecimento devido à superlotação. “Vai chegar a um ponto, como já estamos passando, de desabastecimento. Não temos como assumir tudo. Recebemos na última sexta-feira antibiótico e cobertura de curativos, já está quase tudo normalizado”, garantiu.
A diretora do Walfredo Gurgel, Fátima Pinheiro, reconhece que as emergências vasculares devem ser recebidas pela unidade, mas afirma que o prazo para deslocamento dos pacientes não é respeitado. “O grave vem, faz o procedimento, e teríamos um prazo de pelo menos 48 horas para transferir. O problema é que a base não está funcionando, então o paciente já chega grave. E por mais que a gente consiga mandar um por dia (para o Rui Pereira), entram quatro, cinco e até dez por dia”, assevera.
O pedreiro João Alves de Assis, de 52 anos, tentava ontem uma tática diferente na busca de uma transferência. Resolveu ficar em jejum para caso surgisse uma vaga de cirurgia. “Não tomei café, estou esperando para ver se me transferem”, comentou o pedreiro, que também sofria com pé diabético.
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