LUTO NO CINEMA
O ator Gene Wilder, conhecido por filmes como O Jovem Frankenstein (1974) e A Fantástica Fábrica de Chocolate
(1971) morreu aos 83 anos, segundo informou sua família à agência
Associated Press. Segundo Jordan Walker-Pearlman, sobrinho do americano,
o ator morreu no domingo em sua casa em Stamford, no Estado de
Connecticut, em decorrência de complicações do Alzheimer.
Em um comunicado, seu sobrinho falou sobre o tio. “Entendemos que
apesar de todos os desafios emocionais e físicos que essa situação nos
trouxe, estivemos entre os sortudos – essa doença, ao contrário do que
acontece em muitos casos, nunca tirou a habilidade dele de reconhecer
aqueles que eram próximos dele”, disse.
“A decisão de esperar até este momento para divulgar sua condição não
foi tomada por vaidade, mas para que as inúmeras crianças que dariam um
sorriso ou o chamariam de ‘Willy Wonka’ não tivessem que ser expostas a
uma referência adulta de uma doença ou problema, fazendo com que a
alegria fosse substituída por preocupação, desapontamento ou confusão.
Ele não poderia suportar a ideia de um sorriso a menos no mundo”,
afirmou. Segundo Walker-Pearlman, o ator continuou a apreciar “arte,
música e beijos com sua mulher, Karen”, com quem esteve nos últimos 25
anos.
Wilder começou sua carreira na Broadway, onde fez várias peças, como One Flew Over the Cuckoo’s Nest e Dynamite Tonight,
mas ficou famoso por sua parceria com o ator e diretor Mel Brooks no
cinema. Os dois se conheceram em 1963 por intermédio de Anne Bancroft,
que estrelou a peça Mother Courage and Her Children na Broadway com Wilder e se casou com Brooks no ano seguinte. O primeiro projeto dos dois foi o longa Primavera para Hitler
(1967), roteirizado e dirigido por Brooks e pelo qual Wilder recebeu
sua primeira indicação ao Oscar, por melhor ator coadjuvante.
Os dois atores também fizeram juntos O Jovem Frankenstein
(1974), que rendeu à dupla uma indicação ao Oscar de melhor roteiro
adaptado. A parceria de Wilder e Brooks ainda resultou no filme Banzé no Oeste
(1974), indicado a prêmios em três categorias no Oscar: melhor atriz
coadjuvante para Madeline Kahn, melhor edição e melhor canção original.
Outro grande papel de Wilder foi no filme A Fantástica Fábrica de Chocolate, em que o ator interpretou Willy Wonka, dono de uma fábrica de doces que encantou gerações. Segundo o site da revista The Hollywood Reporter,
Fred Astaire e Joel Grey estavam cotados para o longa, mas o diretor
Mel Stuart quis Wilder no papel, que, em 2005, seria de Johnny Depp, no
remake que Tim Burton fez da produção.
Outra grande parceria de Wilder foi com o ator Richard Pryor, com quem ele trabalhou nas comédias O Expresso de Chicago (1976) e Loucos de Dar Nó (1980) – dois sucessos de bilheteria – e Cegos, Surdos e Loucos (1989) e Um Sem Juízo, Outro Sem Razão (1991) – que não foram tão bem recebidos como os primeiros.
Ao lado de sua terceira mulher, Gilda Radner, o ator estrelou A Dama de Vermelho
(1984), filme que o americano também dirigiu. A atriz, porém, morreu
poucos anos depois, em 1989, em decorrência de um câncer de ovário, e a
perda abalou Wilder profundamente. Ele passou, então, a trabalhar pela
conscientização da doença, ajudando a fundar o Centro de Identificação de Câncer de Ovário Gilda Radner, em Los Angeles.
Desde essa época, ele passou a trabalhar em novos projetos de maneira
irregular – fez alguns longas e alguns filmes para a TV, além de
participações em seriados. Em 2003, ganhou um Emmy por uma participação
no seriado Will & Grace. Ele voltou a se casar em 1991, com Karen Boyer.
por:Veja
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