
ELEIÇÕES 2018
São Paulo - O candidato à Presidência da República pelo
PT, Fernando Haddad, chamou seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), de
"chefe de milícia" e criticou o economista do militar reformado, Paulo
Guedes, que já foi anunciado como seu futuro ministro da Fazenda, caso
eleito. "Quem conhece o Paulo Guedes sabe que é um (Michel) Temer
piorado. Conheço o suficiente para saber que as medidas dele trariam
grande prejuízo para o Brasil", disse durante entrevista à imprensa em
São Luís do Maranhão, onde faz campanha neste domingo. A entrevista foi
transmitida ao vivo pelo PT nas redes sociais.
"Não temos compromisso nenhum com as reformas do Temer e
lamento que o Bolsonaro só agora tenha falado que o governo Temer não é
tão ruim", disse ele, ressaltando que o candidato do PSL já disse que
quer manter a equipe econômica do atual presidente, que tem alto nível
de impopularidade. Haddad voltou a falar em reformular a reforma
trabalhista, ressaltando que é "uma certeza" que isso vai acontecer em
seu governo.
Na mesma entrevista, Haddad voltou a falar que reduzirá
o preço do gás e afirmou que reajustará o Bolsa Família. Segundo ele,
em janeiro "em nenhum lugar do país" o gás custará mais que R$ 49, ante
preços atuais de R$ 80 a R$ 85. De acordo com o candidato, com o aumento
do preço do gás de cozinha, famílias pobres têm optado por usar o
álcool - o que não é recomendado para uso doméstico e tem causado
diversos acidentes.
Sobre o Bolsa Família, Haddad afirmou que o benefício
será elevado em 20%. Ele afirmou que a redução do preço do gás não trará
maiores prejuízos para a Petrobras, pois o item responde por apenas 4%
do faturamento da empresa. "Ninguém está querendo tratar a Petrobras
como uma empresa que não precisa prestar contas a seus acionistas."
O petista foi perguntado por jornalistas sobre a
questão de como lidar com a segurança pública, uma das principais
bandeiras da campanha de Bolsonaro. Haddad prometeu dobrar o contingente
da Polícia Federal. "Muitos policiais federais já reconhecem nossa
proposta como o melhor caminho para a segurança publica", disse ele em
São Luís.
Ao falar sobre a questão da segurança pública, Haddad
criticou Bolsonaro, afirmando que ele "não é um democrata, não sabe
conviver com a divergência". "Não é um candidato a presidente, é um
chefe de milícia. Depois que você dá o poder para quem anda armado, você
não tira mais", afirmou o petista. Haddad disse que os filhos de
Bolsonaro "são milicianos, são capangas". "É gente de quinta categoria",
completou.
Para Haddad, só não está com medo de Bolsonaro neste
momento "quem está anestesiado pelo estado de coisas que o país está
vivendo". Ele citou que a imprensa internacional vem alertando sobre os
riscos que uma vitória do ex-capitão do Exército trará ao Brasil, mas
banqueiros e empresários fazem de conta que nada está acontecendo.
"Enquanto a justiça eleitoral me permitir, vou denunciar o que está
acontecendo no Brasil. Só o discurso de Bolsonaro já está fazendo o país
ficar mais violento."
(Estadão Conteúdo)
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