ELEIÇÕES 2018
Desde o início dessas eleições, a Polícia Federal já abriu mais de dois mil inquéritos e deteve 435 pessoas.
A informação foi dada nesta sexta-feira (26) pelo ministro da Segurança
Pública, Raul Jungmann. Ele se reuniu com integrantes da missão da OEA
(Organização dos Estados Americanos) que vieram ao Brasil para
acompanhar as eleições deste ano.
Apesar das ocorrências,
o ministro classificou a votação do 1o turno como tranquila, já que,
entre 147 milhões de eleitores foram registradas 2,5 mil ocorrências.
Jungmann manifestou preocupação com a disseminação de notícias falsas.
Segundo ele, o foco da atuação da PF tem sido no que chamou de “fraudes
que buscam iludir e passar imagem que o sistema eletrônico de votação
não é seguro” e já foi aberta uma centena de inquéritos em relação a
esse tipo de desinformação.
Quanto às notícias falsas sobre candidatos, Jungmann comentou que a
ação da Polícia Federal ocorre a partir da demanda da Justiça Eleitoral,
provocada por pessoas e candidaturas. Perguntando sobre a investigação
solicitada pela Procuradoria-Geral da República para apurar a atuação
estruturada de empresas no disparo em massa de mensagens de WhatsApp, o
titular da pasta respondeu que não poderia dar mais informações pelo
caso correr em sigilo de Justiça.
Na quinta-feira (25), a presidente da missão da OEA afirmou que a
influência das notícias falsas nestas eleições no Brasil, especialmente
no caso do Whatsapp, tem sido sem precedentes. Os integrantes da missão
já haviam manifestado preocupação com o fenômeno no relatório parcial
divulgado logo após o primeiro turno.
Rio de Janeiro
Jungmann relatou entre as preocupações manifestadas pelos integrantes
da missão da OEA a situação do Rio de Janeiro, mais especificamente dos
eleitores que vão às urnas em áreas controladas pelo tráfico e por
milícias. O ministro reconheceu o problema, mas pontuou que esta é uma
condição histórica do país.
“A preocupação deles é a nossa. Os direitos e garantias constitucionais
são vulneráveis nessas comunidades. Sim, tem problemas. Se o crime
controla o território a tendência é tentar controlar o voto. E isso é
inaceitável. É problema de segurança que já tem mais de década”, disse.
No caso de candidatos com dificuldade de entrar em áreas por conta do
crime organizado, o ministro informou que a polícia pode ser acionada
para dar suporte.
Avaliação parcial
No relatório sobre o primeiro turno divulgado no dia seguinte à votação
do dia 7 de outubro, a missão, apesar dos alertas sobre a difusão de
desinformação, avaliou que o pleito transcorreu sem grandes problemas.
Os enviados da OEA conversaram com autoridades, representantes das
candidaturas e visitaram centenas de seções eleitorais no dia da votação
para verificar a regularidade do pleito.
No documento, o grupo se disse preocupado com as acusações contra as
urnas eletrônicas e o sistema de votação, e relatou que acompanhou o
processo de preparação da tecnologia, bem como o próprio dia de votação,
e não encontrou evidências de fraudes nem que os problemas registrados
possam ter tido qualquer influência no resultado da votação.
(Fernando Frazão/Agência Brasil)
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