
Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann - Agência Brasil
Brasília - O ministro da Segurança Pública, Raul
Jungmann, determinou que a Polícia Federal investigue as ameaças
sofridas por jornalistas da Folha de S.Paulo após publicação de matéria
sobre esquema de envio de mensagens em massa na plataforma WhatsApp para
favorecer o candidato Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República.
Em despacho encaminhado ao diretor-geral da Polícia
Federal, Rogério Galloro, Jungmann citou uma matéria do próprio jornal
sobre as ameaças a que a jornalista Patrícia Campos Mello, que assina a
reportagem, estaria sendo alvo.
“[…] tendo tomado ciência de matéria publicada no
jornal Folha de São Paulo [...] determino que sejam adotadas as
providências necessárias à apuração dos fatos e à identificação de
autoria, circunstâncias e motivações com eles envolvidas”, disse o
ministro no documento enviado à PF.
O ministro acrescentou que, caso sejam confirmadas as
acusações apresentadas pelo jornal, “pode-se estar diante da
configuração de ilícitos penais, e de direta ofensa à inviolabilidade de
correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações
e à liberdade de imprensa”.
Pedido de apuração
Nesta quarta-feira, o jornal pediu investigação da PF,
por meio de representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além de
Patrícia, o jornal afirma que outros dois jornalistas que participaram
da apuração da reportagem também vêm sofrendo ataques.
No dia 19 de outubro, a Folha publicou reportagem
denunciando um esquema de compra de envio estruturado de mensagens em
massa no aplicativo WhatsApp que seria bancado por empresários
favoráveis a Bolsonaro. Os contratos chegariam até R$ 12 milhões.
Bolsonaro e executivos citados na reportagem negaram qualquer
envolvimento.
Invasão de conta
Patrícia Campos Mello teve sua conta de WhatsApp
invadida. Os hackers enviaram mensagens a favor do candidato do PSL para
contatos armazenados. Além disso, ela recebeu ameaças por telefone de
números desconhecidos.
Ainda de acordo com a Folha, circularam imagens entre
grupos de apoiadores de Bolsonaro incitando eleitores a confrontar a
jornalista em uma palestra marcada para o dia 29, além de uma montagem
onde ela apareceria abraçada ao candidato do PT, Fernando Haddad.
Patrícia Campos Mello teve de fechar sua conta no Twitter, passando a
permitir apenas interação com seguidores autorizados.
(Por
Agência Brasil)
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