LIBERTADORES
© Getty Images
Em quase todas as partidas, a
torcida do Palmeiras entoa um grito de guerra (copiado do Boca Juniors,
adversário desta quarta), que afirma ser a Libertadores uma "obsessão".
Mas isso não vale apenas para os torcedores.
É por momentos como esse que a Crefisa, patrocinadora e parceira do
futebol, investe cerca de R$ 100 milhões por ano. Pelo modelo de
contratações que usou no clube, foi multada por R$ 30 milhões pela
Receita Federal.
São noites como esta que podem realizar o sonho
da diretoria de levar o clube para o Mundial e buscar o título que
falta, embora o Palmeiras reivindique o reconhecimento da Taça Rio de
1951.
Tudo isso estará em jogo quando o Palmeiras entrar em campo
para enfrentar o Boca e disputar uma vaga na final às 21h45 desta
quarta, no Allianz Parque.
Depois de perder a primeira semifinal em Buenos Aires por 2 a 0, o
time brasileiro precisa vencer por três gols de diferença. Se devolver o
placar do jogo de ida, a vaga será resolvida nos pênaltis. Na
Libertadores, o gol fora de casa conta como critério de desempate.
Foi
com partidas como essa na cabeça que o presidente Maurício Galiotte,
após a controversa perda do título Paulista deste ano, disse para o
torcedor não se preocupar."Vamos brigar por coisas grandes", prometeu.
A
não ser pelos sete minutos finais em La Bombonera, tudo corria como o
técnico Luiz Felipe Scolari planejou. O Palmeiras tinha controle da
partida. Não ameaçava no ataque, mas não levava sufoco na defesa. Até
que o atacante Darío Benedetto entrou e marcou duas vezes.
"O
resultado foi muito enganoso. Eles não jogaram para fazer dois gols. O
Palmeiras tem time para devolver esse resultado em casa", analisou o
lateral Diogo Barbosa.
Favorito ao título brasileiro, com quatro
pontos de vantagem na liderança sobre o Flamengo, a classificação para a
final da Libertadores pode fazer com que a conquista nacional se torne
um acessório.
Quando o mesmo Luiz Felipe Scolari levou o Palmeiras
ao título continental de 1999, a equipe também reverteu resultado
desfavorável no primeiro jogo contra rival argentino. Depois de perder
para o River Plate por 1 a 0 em Buenos Aires, fez 3 a 0 no antigo
Palestra Itália.
"Não vejo nenhum monstro", disse o meia Alex, ao
se referir ao time atual do Boca Juniors. O ex-camisa 10 foi o craque da
virada na semifinal contra o River. "O Palmeiras precisa apenas jogar
futebol. Em Buenos Aires só se defendeu, agora, precisa empurrar e
incomodar o Boca."
Na decisão daquele ano, a equipe também teve de
reverter a vantagem do adversário. Depois de perder na Colômbia por 1 a
0 para o Deportivo Cáli, anotou 2 a 1 em São Paulo e foi campeão nos
pênaltis.
"O Palmeiras tem de marcar em cima, correr para pegar a
bola quando tiver lateral pra eles, encaixar seguidos ataques. Tudo isso
inflama a torcida. Dudu, Willian e Borja agora vão ter outra atitude. E
quanto ao Boca, se eles fizeram dois gols em cinco minutos, por que o
Palmeiras não pode marcar duas vezes em 90?", questionou Zinho, titular
da conquista continental.
Apesar da derrota nos minutos finais em
La Bombonera, Scolari não ficou irritado. Fez questão de cumprimentar o
chileno Roberto Tobar, juiz da partida. Considerou que foi a melhor
arbitragem em um jogo do Palmeiras na Libertadores deste ano.
Como em momento como este vale qualquer lembrança que sirva de
alento, jogadores como Luan e Mayke lembraram que neste ano o Palmeiras
já venceu o Boca Juniors por 2 a 0. Se repetir este placar nesta quarta,
a decisão será nos pênaltis.
Foi na fase de grupos e em Buenos Aires. No Allianz Parque, houve empate em 1 a 1.
A
aposta é que o Boca Juniors vai apenas se defender, já que não teve
coragem para partir para o ataque nem mesmo em casa. Os argentinos devem
usar um trio ofensivo com Villa, Pavón e e Ábila.
O Boca não terá
o técnico Guillermo Schelotto no banco de reservas. Ele foi suspenso
por uma partida pela Conmebol por ter retardado a volta da equipe do
vestiário após o intervalo na primeira semifinal.
Ele não poderá
sequer se comunicar por meios eletrônicos com seu auxiliar e irmão,
Gustavo Schelotto, que deverá ficar em seu lugar.
"O Boca vem só
para se defender. Tem que partir para cima, ser mais forte do que eles
nas divididas, mas não perder atleta por expulsão. Lembro que em 1993,
na final do Paulista contra o Corinthians, também entramos pressionados
pela derrota no primeiro jogo. Todos achavam que a raça superaria a
técnica. Vencemos bem e conseguimos o título que não vinha há 16 anos",
incentiva Evair, atacante histórico do Palmeiras.
PALMEIRAS x BOCA JUNIORS
21h45
Allianz Parque
Na TV
Globo, Fox Sports e SporTV
(Com informações da Folhapress)
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