ELEIÇÕES 2018
Jair Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência da República, fala com
jornalistas no Rio de Janeiro (RJ) - 20/10/2018 (Tânia Rêgo/Agência
Brasil)
Em seus dois primeiros discursos após ser eleito o 38º presidente da República da história do Brasil, Jair Bolsonaro
(PSL) empregou tons distintos a públicos diferentes. No primeiro deles,
transmitido ao vivo no Facebook a seus seguidores, Bolsonaro manteve o
tom belicoso contra a esquerda e a imprensa. Em seguida, no “discurso da
vitória”, veiculado também ao vivo por emissoras de televisão, o
presidente eleito adotou retórica mais conciliadora. Em ambos, falou em
governar com respeito à democracia e à Constituição.
“Não poderíamos mais continuar flertando com o socialismo, com o
comunismo, com o populismo e com o extremismo da esquerda”, afirmou no
Facebook o pesselista, que reclamou de ter sido colocado “muitas vezes
próximo de uma situação vexatória” em reportagens da “grande mídia”.
Na fala transmitida pela TV, o presidente eleito declarou que “não
existem brasileiros do Sul e do Norte, somos todos um só país, uma só
nação, uma nação democrática”. Ele se disse um “defensor da liberdade”
em um “Brasil de diversas opiniões, cores e orientações”. “Liberdade é
um princípio fundamental. Liberdade de ir e vir, andar nas ruas em todos
os lugares desse país, liberdade de empreender, liberdade política e
religiosa, liberdade de fazer, formar e ter opinião, liberdade de
escolhas e ser respeitado por elas”, declarou.
Ao ler seu discurso da vitória na televisão, ao contrário do
pronunciamento na rede social, Jair Bolsonaro também acenou ao mercado e
citou aspectos da política econômica que pretende implementar a partir
de janeiro – seara em que se admite ignorante e que será delegada ao
economista liberal Paulo Guedes. Bolsonaro falou em “compromisso” com “emprego, renda e equilíbrio fiscal” e citou reformas.
“Quebraremos o ciclo vicioso do crescimento da dívida, substituindo-o
pelo ciclo virtuoso de menores déficits, dívida decrescente e juros mais
baixos. Isso estimulará os investimentos, o crescimento e a consequente
geração de empregos. O déficit público primário precisa ser eliminado o
mais rápido possível e convertido em superávit, esse é o nosso
propósito”, enumerou.
A tinta tipicamente bolsonarista em meio ao discurso mais moderado
recaiu sobre a política externa do futuro governo Bolsonaro. O
presidente eleito falou em “libertar o Brasil e o Itamaraty das relações
internacionais com viés ideológico a que fomos submetidos nos últimos
anos”. O pesselista afirmou ainda que buscará “relações bilaterais com
países que possam agregar valor econômico e tecnológico aos produtos
brasileiros”.
Um ponto em comum entre os dois pronunciamentos foram as menções a
Deus pelo presidente eleito. Aos internautas, foram cinco citações; aos
telespectadores, quatro.
“Nós fomos declarados vencedores desse pleito e o que eu mais quero
é, seguindo ensinamentos de Deus e ao lado da Constituição brasileira
(…), começar fazendo um governo a partir do ano que vem que possa
colocar os nosso Brasil em um lugar destaque”, declarou Jair Bolsonaro
no Facebook. “Faço de vocês minhas testemunhas de que esse governo será
um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade. Isso é uma
promessa não de um partido não é a palavra de homem, é um juramento a
Deus”, disse na transmissão televisiva.
Ele ainda ressaltou, como costuma fazer, que buscou na Bíblia o lema
de sua campanha – “conhecereis a verdade e a verdade os libertará”. O
texto sagrado, disse o pesselista, é a “caixa de ferramentas para
consertar o homem e a mulher”.
(Veja.com.br)
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