Jair Bolsonaro e Sergio Moro podem formar chapa para as eleições presidenciais de 2022 - Marcos Corrêa/PR - 29/8/19
Para quem achava que o ministro da Justiça, Sergio
Moro, andava fraco, desprestigiado e fritado pelo presidente Jair
Bolsonaro, acaba de ter uma grande decepção. Afinal, o ministro acaba de
obter uma vitória no campo pessoal no governo. Bolsonaro concordou com
os argumentos de Moro e manteve no cargo o delegado Maurício Valeixo,
diretor-geral da PF. Havia um movimento para que Bolsonaro demitisse o
delegado, o que enfraqueceria Moro. O clima de paz entre os dois pode
ser constatado quando Moro e sua mulher Rosangela visitaram Bolsonaro e a
esposa Michelle, quando ele ainda convalescia no hospital. Não se faz
política com o intestino. Moro ganhou este round.
Chapa com Bolsonaro
Quem acha também que Moro aproveitará a boa popularidade no governo para se contrapor a Bolsonaro em 2022,
vai quebrar a cara novamente. Moro disse à ISTOÉ que não pretende ser
candidato a presidente da República e que o seu candidato é Bolsonaro.
No máximo, ele pode ser vice do presidente.
Fundão eleitoral
Quando a Câmara parece que vai tomar jeito, lá vêm os
deputados e aprovam mudanças na legislação eleitoral, o chamado fundão
eleitoral, pra lá de indecorosas, imorais e vergonhosas. Com a
complacência de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, os deputados
aprovaram, na noite da quarta-feira 18, alterações permitindo que o
fundo eleitoral, bancado por recursos públicos, possa pagar uma série de
despesas indecentes. Aprovaram que o nosso dinheiro dos impostos possa
pagar a compra de imóveis, como mansões, e móveis, como helicópteros,
aviões e até carrões de luxo. Além do mais, o projeto prevê que os
recursos podem ser aumentados de R$ 1,7 bi para R$ 3,7 bi. Pior: tudo
para servir aos que mamam nas tetas dos partidos, muitos deles
notadamente políticos desonestos.
Helicóptero
Esse é o caso de Eurípedes Junior, presidente do Pros,
que comprou um helicóptero por R$ 2,4 milhões com o fundo partidário.
Usa o aparelho para se deslocar de Planaltina de Goiás, onde mora, a
Brasília. Sua filha chegou a gravar um vídeo sobrevoando o Lago de
Paranoá. Comprou também um avião e uma mansão no Lago Sul por R$ 4,5
milhões.
Caixa dois
Essas compras escandalosas estavam proibidas pelo TSE,
que as considerou ilegais. Agora, os deputados legalizam a patifaria.
Além dos bens de luxo, os partidos podem pagar advogados e consultorias
contábeis, abrindo brechas para o caixa dois. Podem pagar até multas
eleitorais, tudo com dinheiro público. Um escárnio.
(Por
iG)
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