Praia do Meio. Foto: Heilysmar Lima
A revitalização e modernização da orla de Natal com a liberação de áreas para a construção de prédios é um dos pontos mais polêmicos da revisão do Plano Diretor e já defendida pelo prefeito da capital, Álvaro Dias. A intenção é fazer com que essa liberação ocorra de forma ordenada, respeitando as Áreas de Interesse Social (AEIS) e de Interesse Turístico (AIT), permitindo as construções dentro de um limite. Para o engenheiro civil e especialista em Mobilidade e Transporte, professor Rubens Ramos, é possível concretizar essa liberação dentro do Plano Diretor, sem criar transtornos à região das praias do Meio e dos Artistas ou até mesmo à Via Costeira, mas, para ele, a parte inferior à Avenida Roberto Freire, em Ponta Negra, deve ser mantida como está, liberando a parte superior da via onde já existem grandes prédios.
De acordo com a atual Legislação, não são permitidas construções que interfiram na visão da areia da Praia e do Forte dos Reis Magos, vistos a partir da Avenida Getúlio Vargas. Contudo, o secretário de Planejamento da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), Thiago Mesquita, diz que isto pode ser redimensionado, baseado em estudos técnicos e na viabilidade sócio-econômica e turística, porque nem sempre verticalizar e adensar é viável economicamente. “Mas ali há um grande potencial a ser explorado para melhorar o aspecto turístico e econômico”, avaliou o secretário.
O professor Rubens Ramos, diz que alguns modelos de
verticalização da orla não devem ser seguidos, como os das praias de Boa
Viagem/PE e Copacabana/RJ. “Mas temos outros que dão certo, como em
aconteceu em Maceió. É possível equilibrar, desde que sejam prédios mais
baixos, sem grande impacto. Hoje a orla de Natal é um desastre, como na
Praia do Meio. A Via Costeira também precisa receber construções, ser
povoada”, destaca o especialista.
No caso da Via Costeira, avenida com 12 km de extensão à beira-mar
ligando a Praia dos Artistas à Praia de Ponta Negra, foram construídos
apenas alguns hotéis sob rígida restrição. Rubens Ramos defende que as
construções poderiam, inclusive, seguir outro padrão. “A Via Costeira
precisa receber prédios. Basta definir a distância entre eles e permitir
verticalizar, construir residenciais, porque o turista não gosta de
locais isolados como é na Via Costeira. Lá só tem hotéis horizontais que
são economicamente piores de lidar e que têm impacto maior na ocupação
do espaço”, argumenta o professor.
(Por Cláudio Oliveira/Portal no Ar)
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