quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Ceará cria comissão para tentar intermediar fim do motim de policiais. Decisão foi tomada após reunião no Ministério Público do Estado

VIOLÊNCIA NO ESTADO
 Exército nas ruas de Fortaleza, no Ceará
 Exército nas ruas de Fortaleza, no Ceará - AFP

Brasília - Uma comissão para buscar uma solução que ponha fim à paralisação de parte dos policiais militares do Ceará foi definida nesta quarta-feira. Os nomes foram definidos após uma reunião na sede do Ministério Público do Estado (MPCE), que sugeriu a criação do grupo.
 
Além do procurador-geral do estado, Juvêncio Viana, farão parte da comissão, o deputado estadual Evandro Leitão (PDT), o corregedor-geral, desembargador Teodoro Silva Santos e o procurador-geral de Justiça, Manuel Pinheiro.

Conversa
Pelo twitter, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, deputado José Sarto (PDT-CE), afirmou que “a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE) buscará interlocutores com o movimento”. A avaliação das autoridades é de que há necessidade de abrir canal de conversa com os policiais, mas sem recuar de punições já determinadas pelo comando da Polícia Militar.

A comissão também não deverá negociar os termos da proposta de reajuste que já havia apresentada pelo governo do estado e, segundo o governador Camilo Santana, havia sido negociada e aceita por dirigentes de associações de militares e parlamentares ligados à categoria. O soldo de um soldado, hoje de R$ 3,2 mil, passaria a ser R$ 4,5 mil até o final de 2022.

Assassinatos
Até a meia-noite às 23h59 de segunda-feira, ao menos 170 pessoas foram assassinadas no Ceará desde o início do motim, no último dia 19. Os registros abrangem homicídios dolosos (quando o assassino age com a intenção de matar), feminicídios e latrocínios (furto seguido de morte).

Procurada pela Agência Brasil, a assessoria da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Ceará disse que, por uma questão de “estratégia de segurança”, não divulgará mais balanços de mortes durante o motim que hoje completa nove dias.



 (Por Agência Brasil)

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