ESQUEMA DE PIRÂMIDE
Carlos Wanzeler, sócio da Telexfree Reprodução/VEJA
A Policia Federal (PF) prendeu o empresário Carlos Nataniel Wanzeler, ex-sócio da Telexfree,
empresa que responde a diversas ações no Brasil pela acusação de
prejudicar consumidores por meio de um suposto esquema de pirâmide
financeira. Wanzeler foi detido quinta-feira (20), em Búzios, no Rio de
Janeiro, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Ricardo Lewandowski.
O ministro aceitou pedido feito pelo governo dos Estados Unidos, onde
o empresário é alvo de mandado de prisão pelo suposto cometimento dos
delitos de fraude eletrônica e transações monetárias de atividade
ilegal, crimes que também teriam ocorrido em operações da Telexfree
naquele país. Pela decisão, o governo norte-americano terá 60 dias para
fazer o pedido formal de extradição.
A prisão de Carlos Wanzeler foi efetivada dois dias após o STF manter
a decisão do Ministério da Justiça, assinada em 2018, que decretou a
perda da nacionalidade brasileira do empresário.
No julgamento, os ministros da Segunda Turma do STF rejeitaram
recurso de defesa e entenderam que o empresário não tem mais a cidadania
brasileira por ter adquirido a norte-americana, em 2009. A decisão foi
baseada nos termos do Artigo 12, §4º, Inciso II, da Constituição. Pelo
dispositivo, é declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que
adquirir outra nacionalidade. De acordo com a Constituição, se a
nacionalidade tivesse sido mantida, Wanzeler não poderia ser
extraditado.
Durante o julgamento, a defesa do empresário alegou que a
nacionalidade norte-americana foi obtida por motivos familiares, diante
da demora das autoridades locais em liberar o visto de imigrante para
ele e sua filha. O ex-sócio da Telexfree também tinha o Green Card,
visto de entrada liberada nos Estados Unidos.
Sobre a eventual extradição, os advogados alegam que o empresário tem
o direito de responder ao processo no Brasil por ser acusado pelos
mesmos fatos nos Estados Unidos.
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