CAMPEÃ DO CARNAVAL PAULISTA
Águia de Ouro é a grande campeã do Carnaval de São Paulo - Reprodução/Facebook
A Águia de Ouro sagrou-se campeã do Grupo Especial do Desfile das Escolas de Samba do Carnaval de São Paulo.
A apuração que laureou a escola teve início por volta de 16h desta
terça-feira, 25, e foi lotada de emoção – onde cada décimo valia muito. A
escola só assumiu a ponta da classificação geral no penúltimo quesito,
‘Alegoria’, depois de a Acadêmicos do Tatuapé liderar por boa parte da
apuração. O samba-enredo da escola, O Poder do Saber, abordou a importância da inovação e da sabedoria – sem deixar de alfinetar o governo de Jair Bolsonaro. “Não
se pode falar de educação sem amor”, como cantou a agremiação, é uma
das frases mais conhecidas do educador Paulo Freire, já atacado pelo
presidente. Entre outras referências, a Águia de Ouro relembrou Geraldo
Vandré, autor de Pra não dizer que não falei das flores, uma das músicas-hino contra a ditadura militar: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, cantou a escola.
A escola fez um panorama histórico sobre a evolução do homem e
grandes invenções com o samba-enredo, passando desde a pré-história até a
esperança em tecnologias digitais e robóticas – e pregando um futuro
ecológico e próspero, apesar das dificuldades. Os retrocessos vindos,
digamos, de novas tecnologias também foram lembrados pela agremiação,
que reservou um espaço para a lembrança de guerras, como a referência
aos ataques a Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial em
uma das alegorias. A musa Tati Minerato liderou o desfile, depois de uma
vida dedicada a outra escola, a Gaviões da Fiel.
A apuração foi acompanhada décimo por décimo pelos integrantes das
escolas. Liderando até o quesito ‘Alegoria’, a Tatuapé foi seguida por
um décimo pela Dragões da Real, Mocidade Alegre, Águia de Ouro, Unidos
de Vila Maria, Barroca Zona Sul e Rosas de Ouro e pela Mancha Verde
durante boa parte do anúncio dos votos – enquanto os carnavalescos roíam
as unhas. No penúltimo quesito, ela foi ultrapassada por Águia, Mancha e
Mocidade, para desespero da multidão que ocupava a quadra da escola, na
Zona Sul de São Paulo, e acabou em quarto lugar ao final da apuração.
Um dos jurados, que avaliaria o quesito ‘Alegoria’, foi desclassificado e suas notas não foram consideradas na apuração. Marco
Antônio Nieves Cardoso foi flagrado pelas câmeras dançando no desfile
da Acadêmicos da Tatuapé na sexta-feira, 21. O jurado pode ser acionado
juridicamente pelo ato. “Não será lida a nota de alegoria do mesmo
[Marco Antônio] por ter transcorrido o mau comportamento dentro da sua
cabine”, afirmou o presidente da Liga das Escolas de Samba, Paulo Sérgio
Ferreira, o Serginho. Apenas três jurados deram suas notas no quesito.
A X-9 Paulistana já entrou desfalcada na apuração, e perdeu 0,5 ponto
na classificação final. Durante o desfile da escola, ocorrido na
primeira noite de desfiles, quando encerrou os cortejos, duas partes de
um dos carros alegóricos se soltaram – e um dos pedaços ficou parado na
avenida. a escola perdeu três décimos pela quebra do
regulamento – porque duas plataformas formavam um carro só – e
dois décimos pelo veículo. A escola ficou em décimo-terceiro lugar e foi
desclassificada do Grupo Especial para o próximo Carnaval.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), esteve no Anhembi. Ele
foi saudado pelo presidente da Liga antes do anúncio das notas e
sentou-se ao lado de Serginho para a apuração. Ele, que está tratando um
câncer, não compareceu aos desfiles por decisão médica.
As urnas que abarcaram os votos dos jurados saíram escoltadas do
Batalhão de Choque da Polícia Militar paulista e chegaram sob forte
esquema de segurança ao Anhembi, para evitar fraudes nas votações.
(Por:Veja.com.br)
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