EX-GOVERNADOR NA CADEIA
Ex-governador, Sergio Cabral - Reprodução
Rio - O relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal,
ministro Edson Fachin, decidiu que o acordo de delação premiada do
ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) não poderá ser usada para
reduzir penas já decretadas pela Justiça. Cabral foi condenado treze
vezes. Somadas, as penas somam 282 anos de prisão.
Diferente do
que ocorre com delações fechadas pelo Ministério Público Federal, o
acordo de Cabral foi conduzido pela Polícia Federal e não estabeleceu
previamente os benefícios que seriam dados ao delator, como poderia ser a
redução de pena.
A delação premiada de Cabral foi homologada no
início deste mês por Fachin por envolver nomes de autoridades com
prerrogativa de foro privilegiado, como ministro do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) e políticos federais. A Procuradoria-Geral da República
(PGR) se manifesta contra a colaboração de Cabral, firmada pela Polícia
Federal, por considerar que o ex-governador não apresentou fatos novos e
pelo fato do dinheiro que prometeu devolver já estar bloqueado pela
Justiça.
No acordo, Cabral se comprometeu a repassar R$ 380
milhões aos cofres públicos que foram recebidos em propina durante sua
gestão no Palácio Guanabara.
Preso preventivamente desde novembro
de 2016, Cabral acumula penas somadas de 282 anos em treze condenações
impostas pela Lava Jato. Em novembro do ano passado, o ex-governador
decidiu assinar a delação premiada para entregar políticos e magistrados
de tribunais superiores. Antes de colaborar com a PF, Cabral confessou
seus crimes pela primeira vez. "Meu apego a poder e dinheiro é um
vício", disse o ex-governador, em fevereiro do ano passado.
(Por:Estadão Conteúdo)
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