REFORMA
Deputados estaduais vão discutir a proposta original e as sugestões de emendas antes da votação em dois turnos
Deputados estaduais trabalham com a tendência de que a proposta de
emenda constitucional nº02/2020, em tramitação há dez dias na Assembleia
Legislativa, sofra emendas aditivas ou supressivas até sua votação
final em plenário, mas não acreditam em alterações que possam mutilar o
texto original, enviado à Casa pela governadora Fátima Bezerra (PT) no
dia 13 de fevereiro. Até mesmo parlamentares da bancada da oposição
admitem que poucas emendas serão encartadas ao texto oriundo do Poder
Executivo, como o deputado José Dias (PSDB), o qual já disse, no
plenário da Assembleia, que não pretende encaminhar emenda que aumente
ou diminua a alíquota de contribuição previdenciária dos que ganham
mais.
No entanto, José Dias informa que vai trabalhar ao lado do deputado
Gustavo Carvalho (PSDB), “para reduzir a carga sobre os que ganham
menos”, considerando no caso dos servidores ativos, que ganham o salário
mínimo (R$ 1.045,00) e os inativos, que na proposta do governo a
isenção só alcança quem ganha até R$ 2.500,00.
“Acredito que no
resto não tempos muito o que ‘bulir’, mas se a Casa vai se solidarizar
com o mais necessitado, isso não posso adivinhar”, disse José Dias, que
defende o mesmo tratamento que foi dado reforma previdenciária do
governo federal aos mais necessitados.
“Não sei quais serão os
paramentos que deputado Gustavo Carvalho ficou de apresentar, mas ai
vamos discutir, mas já trabalho com ideia de reduzir a aliquota (12% na
proposta original do Executivo) dos servidores ativos que ganham o
salário mínimo”, reforçou Dias.
Para José Dias, o governo
estadual deveria fazer “pelo menos o que o governo Bolsonaro fez, porque
acho absurdo um governo dito popular, fazer uma reforma que seja mais
dolorosa para o pobre, do que o governo que a esquerda acusa de
penalizar os mais pobres”.
José Dias reclama o direito da
Assembleia discutir a proposta de reforma previdenciária, de maneira que
não seja aprovada a integra da PEC que foi apresentada pelo governo.
“Uma coisa tem que ser estabelecida, ou as discussões são feitas com
quem vota, que é Assembleia, ou então fecha a Assembleia, se ela não
funciona, pra que Assembleia, a Assembleia tem responsabilidade e cunho
social, tudo que vem pra cá tem que aprovar como está? não há
necessidade”.
Também deputado de oposição, Kelps Lima (SD) avalia
que não haverá muitas mudanças na PEC da Previdência, porque além do
governo não ter interesse, “há uma mobilização com a bancada da situação
para que esse projeto seja votado em caráter relâmpago”. Kelps Lima
disse que os deputados da oposição “são favoráveis à reforma
previdenciária há muito tempo”, mas que “pelo que está sendo. acredito,
não vão mutilar a reforma”.
Segundo Kelps Lima, possa ser que
algum deputado do governo – “pra fazer média com a sua base, como os
deputados petistas, que passaram a politica toda insuflando sindicatos,
prometendo e sabendo que não tinham dinheiro pra dar e que agora no
poder estão se desmoralizando no discurso, combinado com a governadora,
apresente alguma emenda para aliviar o desgaste de terem mentido na
campanha”.
Para Lima, “se tem um bloco de deputados que o
governo não vai ter dor-de-cabeça é a bancada da oposição, que vai votar
em peso a favor da reforma previdenciária”.
O deputado Kelps
Lima disse que durante o Carnaval vai estudar os 80 anexos da PEC da
Previdência, mas admitiu que - “até onde eu sei, a bancada do
Solidariedade não tem interesse em fazer emenda nenhuma, mas confesso
que ainda não nos reunimos para discutir o projeto”.
Deputado
que se coloca como independente na Assembleia Legislativa, Hermano
Morais (PSB) diz que algumas propostas alternativas de reforma
previdenciária ainda serão apresentadas por outros sindicatos de
servidores públicos. “Tudo isso isso vai ser objeto de discussão, o que
não podemos fazer, é desfigurar completamente essa reforma, sob pena de
não alcançar o objetivo, não podemos ter a percepção dessa reforma com
imediatismo, porque o problema é muito sério, se hoje já há esse déficit
bastante preocupante, ele tende a se aprofundar.
O deputado
Hermano Morais avalia que mesmo se votando a PEC da Previdência na forma
original, “a reforma ainda não resolverá o problema, porque daqui a
alguns anos, essa proposta terá que ser refeita em nível nacional, nos
estados e municípios, pois há uma projeção – e isso não acontece só no
Brasil e no mundo inteiro, de que os ser humano está vivendo mais, goza
as aposentadorias e recebe as pensões durante um tempo maior”.
(Via:TN)
Nenhum comentário:
Postar um comentário