domingo, 23 de fevereiro de 2020

Sábado de Carnaval tem um milhão de foliões nas ruas do Rio. Só o centenário Cordão da Bola Preta levou 630 mil foliões ao Centro do Rio

RIO FERVENDO!
 Pantera Negra na multidão do Bloco Prata Preta

 Cerca de 630 mil curtiram desfile do Bola Preta neste sábado de Carnaval

 Bloco Amigos da Onça

 Bloco Amigos da Onça

 Bloco Amigos da Onça

 Bloco Amigos da Onça

 

 

Rio - Foi dada a largada para o Carnaval 2020. No primeiro dia oficial de folia, o tradicional Cordão do Bola Preta arrastou cerca de 630 mil pessoas nas ruas do Centro do Rio, na manhã deste sábado, segundo a Riotur. O desfile começou por volta das 9h na Rua Primeiro de Março e seguiu até a Avenida Presidente Antonio Carlos. Nem a chuva que caiu desanimou os foliões que foram às ruas para celebrar.

Com o tema Tradição, paz, amor e Folia, o bloco, que desfilou pela 102ª vez, homenageou duas cantoras que fazem parte da história do Bola Preta: Elizeth Cardoso, comemorando também centenário de nascimento, e Carmem Costa, intérprete que deu a voz ao hino do Cordão. Em um dos trios estavam presentes a rainha do bloco, a atriz Paolla Oliveira, o padrinho Neguinha da Beija Flor, a porta estandarte Leandra Leal, a madrinha Maria Rita e a musa do bloco Selminha Sorriso.

Ao longo de todo o cortejo, o público foi embalado por sambas e marchinhas. O casal Ana Paula Soares e Roberto Lima, ambos de 38 anos, não perdem um desfile do bloco. "O Bloco da Preta é referência para gente há mais de 20 anos. Carnaval sem Bola Preta não é Carnaval. Pode chover, fazer sol e ou ventar, mas nós estamos aqui", disse a professora, que foi fantasiada de caneta azul com o marido. 


Mas nem tudo foi folia. No bloco mais tradicional carioca, policiais do 5º BPM (Praça da Harmonia) prenderam dois homens com drogas em um dos pontos de bloqueio e revista, que foram montados ao longo de todas as ruas que ligam ao local do cortejo para megablocos neste Carnaval. Ainda segundo a PM, os militares apreenderam seis facas, cinco tesouras, sete chaves de fenda, um canivete, dois alicates, quatro estiletes, dois simulacros, uma arma de choque e garrafas. 


Para abrir oficialmente o Carnaval ontem, o bloco Céu na Terra levou foliões para as ladeiras de Santa Teresa. Às 7h30, o público se concentrou no Largo dos Guimarães em direção ao Largo das Neves. Neste ano, o cortejo tinha como tema "O Céu abraça a Terra, deságua o Rio na Bahia". 


Durante o desfile, que tem em seu repertório a música popular brasileira, mas sem deixar de lado as marchinhas, era possível ver pessoas fantasiadas com temas políticos, sátiras de memes, e os adereços que haviam caído na referência popular, como o problema da água mineral e ao coronavírus. Além disso, muitas pessoas vestidas com roupas bem coloridas e referências a filmes. 


A pesquisadora de mercado Camila Rameck, 27 anos, decidiu ir fantasiada de urna eletrônica. "Quis vir assim, pois o voto é determinante saber para dar um beijo neste Carnaval", conta ela, que disse que não perde o bloco que desfila nas ruas de Santa Teresa. "São os melhores. Acho incrível demais", afirma.


A bancária Mayra Dias, 29, disse que não tem como não se contagiar com o Carnaval. "Época para usar todo o glitter do mundo. É a melhor época do ano" disse.

O economista Felipe Miguel, 28, disse que Carnaval é uma forma de se manifestar. "Vim fantasiado de água mineral como forma de protesto pelo que está acontecendo no nosso estado", disse.


Além deles, desfilou também o Cordão do Prata Preta, que leva esse nome por conta do capoeirista Horácio José da Silva que ficou conhecido durante a Revolta da Vacina, na Gamboa, Zona Portuária do Rio, o Amigos da Onça, no Flamengo, e Multibloco, na Lapa.



(Por Marina Cardoso/O Dia) 

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