RIO FERVENDO!
Rio - Foi dada a largada para o Carnaval 2020. No primeiro dia oficial
de folia, o tradicional Cordão do Bola Preta arrastou cerca de 630 mil
pessoas nas ruas do Centro do Rio, na manhã deste sábado, segundo a
Riotur. O desfile começou por volta das 9h na Rua Primeiro de Março e
seguiu até a Avenida Presidente Antonio Carlos. Nem a chuva que caiu
desanimou os foliões que foram às ruas para celebrar.
Com o tema Tradição, paz, amor e Folia, o bloco, que desfilou pela 102ª
vez, homenageou duas cantoras que fazem parte da história do Bola Preta:
Elizeth Cardoso, comemorando também centenário de nascimento, e Carmem
Costa, intérprete que deu a voz ao hino do Cordão. Em um dos trios
estavam presentes a rainha do bloco, a atriz Paolla Oliveira, o padrinho
Neguinha da Beija Flor, a porta estandarte Leandra Leal, a madrinha
Maria Rita e a musa do bloco Selminha Sorriso.
Ao longo de todo o
cortejo, o público foi embalado por sambas e marchinhas. O casal Ana
Paula Soares e Roberto Lima, ambos de 38 anos, não perdem um desfile do
bloco. "O Bloco da Preta é referência para gente há mais de 20 anos.
Carnaval sem Bola Preta não é Carnaval. Pode chover, fazer sol e ou
ventar, mas nós estamos aqui", disse a professora, que foi fantasiada de
caneta azul com o marido.
Mas nem tudo foi folia. No bloco mais
tradicional carioca, policiais do 5º BPM (Praça da Harmonia) prenderam
dois homens com drogas em um dos pontos de bloqueio e revista, que foram
montados ao longo de todas as ruas que ligam ao local do cortejo para
megablocos neste Carnaval. Ainda segundo a PM, os militares apreenderam
seis facas, cinco tesouras, sete chaves de fenda, um canivete, dois
alicates, quatro estiletes, dois simulacros, uma arma de choque e
garrafas.
Para abrir oficialmente o Carnaval ontem, o bloco Céu na
Terra levou foliões para as ladeiras de Santa Teresa. Às 7h30, o público
se concentrou no Largo dos Guimarães em direção ao Largo das Neves.
Neste ano, o cortejo tinha como tema "O Céu abraça a Terra, deságua o
Rio na Bahia".
Durante o desfile, que tem em seu repertório a música
popular brasileira, mas sem deixar de lado as marchinhas, era possível
ver pessoas fantasiadas com temas políticos, sátiras de memes, e os
adereços que haviam caído na referência popular, como o problema da água
mineral e ao coronavírus. Além disso, muitas pessoas vestidas com
roupas bem coloridas e referências a filmes.
A pesquisadora de
mercado Camila Rameck, 27 anos, decidiu ir fantasiada de urna
eletrônica. "Quis vir assim, pois o voto é determinante saber para dar
um beijo neste Carnaval", conta ela, que disse que não perde o bloco que
desfila nas ruas de Santa Teresa. "São os melhores. Acho incrível
demais", afirma.
A bancária Mayra Dias, 29, disse que não tem como
não se contagiar com o Carnaval. "Época para usar todo o glitter do
mundo. É a melhor época do ano" disse.
O economista Felipe
Miguel, 28, disse que Carnaval é uma forma de se manifestar. "Vim
fantasiado de água mineral como forma de protesto pelo que está
acontecendo no nosso estado", disse.
Além deles, desfilou também o
Cordão do Prata Preta, que leva esse nome por conta do capoeirista
Horácio José da Silva que ficou conhecido durante a Revolta da Vacina,
na Gamboa, Zona Portuária do Rio, o Amigos da Onça, no Flamengo, e
Multibloco, na Lapa.
(Por
Marina Cardoso/O Dia)
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