sábado, 22 de fevereiro de 2020

Com comissão de frente impactante, Unidos da Ponte erra e apresenta alegorias danificadas

CARNAVAL NO RIO DE JANEIRO
 

A Unidos da Ponte foi a terceira escola a pisar na Sapucaí, na noite desta sexta-feira, e o carnavalesco Lucas Milato apresentou o enredo “Elos da Eternidade”, que propôs uma reflexão sobre a relação da humanidade e a preservação do samba. A agremiação exibiu uma comissão de frente que arrancou aplausos do público e jurados, com o marcante “E o samba resiste com os sambistas” ao final da apresentação e a garra dos integrantes. No entanto, os erros nas estruturas dos carros dificultaram o visual estético, reduzindo sua qualidade. A azul e branca de São João de Meriti terminou o desfile com 53 minutos.

 Comissão de frente

 

Com o intuito de representar “O caos” a comissão, preparada pelos coreógrafos Léo
Torres e Daniel Ferrão, teve uma performance teatral, segura, e, aliada com o efeito dramático da pintura facial de todos os participantes, criou um efeito marcante. Com integrantes de preto e um central de amarelo, a representação foi do caos, o universo em expansão e a explosão da vida com o big bang. Sincronizados com o samba foram fiéis a representação, o chapéu e o colete contribuíram nessa relação. Ao final, com a representação da memória os integrante retiram sua saiais e um chapéu, em figura de ‘malandros’ estendem letras que formam a frase ‘E o samba resiste com os sambistas’. Com muitos aplausos do público criam o efeito desejado pelo enredo, de finalizar o elo da eternidade com a resistência e exaltação do samba e dos sambistas. Aplausos esses também conquistados de grande parte dos jurados no terceiro módulo. Vale pontuar que a saia de um dos integrantes estava soltando e quase caindo em frente ao terceiro módulo dos jurados, dificultando a encenação.


 Mestre-Sala e Porta-Bandeira

 

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Unidos da Ponte, Yuri Souza e Camyla Nascimento, apresentou a sincronia adequada, com elegância e em uma coreografia equilibrada com o samba da escola, sem muitos floreios. O mestre-sala bailou com precisão e habilidade. A porta-bandeira teve dificuldade na condução do pavilhão e nos giros, talvez, em função da chuva ou pela fantasia pesada, dificultando os movimentos. Em relação fantasia, muito luxo, materiais de qualidade e causando um efeito de luxo ao casal.

 

Embora o carro de som tenha sustentado com força o desfile inteiro, o canto ficou aquém e não fez a escola pulsar. Praticamente não houve interação dos componentes. O intérprete Leandro Santos e seu carro de som levaram a escola de forma equilibrada. Sem ser explosivo, o samba foi mantido com regularidade durante todo o desfile.

 Enredo

 

A Unidos da Ponte propôs para este desfile uma reflexão sobre a eternidade para despertar o sambista para questões referentes ao samba e a sua manutenção. Com a passagem do tempo se pensa no que se viveu, fazendo referência aos versos de um samba para explicar sua trajetória. O enredo apresentou uma carga poética e subjetiva forte, utilizando até mesmo como referência o desfile ‘Ziriguidum 2001’, de Fernando Pinto, na Mocidade em 1985.

 Evolução

 

 Algumas alas desordenadas’, mas no geral da escola conseguiu segurar bem o andamento ideal que necessitava para cruzar a Avenida, com componentes alegres e brincando bastante.

 Samba

 

O samba mostrou qualidade com a forte carga histórica, proposta esta em ligação com o enredo. A parte do refrão ‘se o samba agoniza, a Ponte eterniza. A razão do meu imaginar” caiu certo.

 Fantasias

 

 Criativas e com qualidade, entrosadas com o enredo, criaram uma percepção de interpretação do mesmo muito inteligente. As primeiras alas com fantasias pouco sustentadas, mas a partir da ala 5 (“O ritual da apoteose’) começaram a ganhar mais beleza e significados fortes e criativos. Ala 10 (“O sorriso de Monalisa”) com qualidade de acabamento e conceito inteligente, os componentes seguravam a imagem do quadro e Monalisa em uma haste, no entanto, muitos seguiram com as imagens abaixadas, o intuito era tê-las ao alto. Ala 15 (“Os sacerdotes das pirâmides do Egito”) bem acabada.

 Alegorias

 

 Todas apresentaram esculturas com os pescoços rasgados e abertos, podendo ver o pano interno e a parte interior. O abre-alas tinha problemas de acabamento. A partes traseira estava com o ferro aparente e a escultura principal com pintura faltando. No segundo carro, a escultura também tinha uma expressiva falha de confecção. A última alegoria passou apagada. 


(Por:O Dia)

Nenhum comentário:

Postar um comentário