terça-feira, 10 de março de 2020

Caso Ronaldinho: o que se sabe sobre a prisão do ex-jogador no Paraguai. Ídolo do Barcelona e seu irmão e empresário Assis seguem detidos em Assunção, acusados de terem usado documentos paraguaios falsificados

CASO RONALDINHO
 
 Ronaldinho escondeu as algemas com uma manta ao chegar ao presídio em Assunção Norberto Duarte/AFP


Ronaldinho Gaúcho e seu irmão e empresário, Roberto de Assis, estão presos preventivamente desde a última sexta-feira 6, em Assunção, no Paraguai, sob a acusação de terem usado passaportes falsos para ingressar no país. Nesta segunda-feira 9, a defesa do ex-jogador do Barcelona e da seleção brasileira entrou com um recurso para que os irmãos Assis possam cumprir prisão domiciliar. Uma audiência foi marcada para a terça-feira 10, segundo os jornais locais.

A empresária paraguaia Dalia López, responsável pelo convite a Ronaldinho para participar de eventos no país e suspeita de participação na confecção dos documentos falsos está foragida. Seus advogados afirmam que Dalia pretende se entregar, mas ainda negociam garantias. O empresário brasileiro Wilmondes de Souza Lira, apontado como o homem que entregou os documentos a Ronaldinho e Assis, está detido na mesma prisão que a dupla, o Agrupación Especializada da Polícia Nacional, em Assunção. 

No domingo, o jornalista paraguaio Hernán Rodríguez divulgou uma foto de Ronaldinho na prisão. O ex-jogador de 39 anos aparece sorridente, de regata e chinelos. Ronaldinho divide cela com Assis e vem recebendo refeições especiais por meio de seus advogados, segundo informações do Globoesporte.com. Durante o fim de semana, ele distribuiu autógrafos a pessoas que foram à penitenciária visitar parentes. Confira, abaixo, os motivos da prisão e a cronologia dos fatos:


MUY FUERTE | Así se encuentra Ronaldinho Gaúcho en la Agrupación Especializada. Eso si, sin perder su peculiar sonrisa
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Por que Ronaldinho foi preso?

Ronaldinho e Assis foram alvo de uma batida policial na noite de quarta-feira, 4, em um hotel na cidade de San Lorenzo, nos arredores da capital Assunção, depois de ser constatado que ambos entraram no Paraguai utilizando um passaporte e uma cédula de identidade adulteradas – ainda que, de acordo com as normas do Mercosul, precisassem apenas de um documento brasileiro válido para entrar em qualquer país da região.

De acordo com o boletim de ocorrência, ao qual VEJA teve acesso, Ronaldinho e Assis alegaram que foram ao Paraguai a convite de Nelson Belotti, empresário brasileiro e dono do cassino Il Palazzo, nos arredores da capital Assunção. Segundo os próprios, eles foram contatados por uma entidade chamada “Fraternidade Angelical”, da empresária Dália López, para a participação de uma série de eventos, incluindo o lançamento do livro do ex-jogador.

Caso Ronaldinho: Fue allanada la suite donde está hospedado Ronaldinho. Se encontraron, documentos varios, C.I. y pasaportes paraguayos con los nombres de Ronaldinho y su hermano. Investigación en curso.

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Também foram detidas duas mulheres, identificadas como María Isabel Gayoso e Esperanza Apolonia Caballero, apontadas como donas dos documentos adulterados. Em entrevista ao diário ABC Color na sexta-feira, o advogado Adolfo Marín, que integra a equipe que defende Ronaldinho, afirmou que o jogador não agiu de má fé. “Ele poderia ter entrado no país com seus documentos brasileiros. Não é perito em documentos. Ele pensou que havia recebido documentos (paraguaios) de cortesia, de maneira honorária”, justificou o advogado.

O promotor Osmar Legal, quem pediu a manutenção da prisão preventiva de Ronaldinho e Assis, alegando “risco de fuga e que o Brasil não extradita seus cidadãos”, a dupla é suspeita de ter cometido outros crimes além do uso de documentos falsos. “Ainda não podemos adiantar passos das investigações, mas há indícios de que outros crimes foram cometidos”, afirmou Legal ao Globoesporte.com.

Um dos advogados de Ronaldinho chegou a tratar como “grande incógnita” os motivos que o levaram a usar um documento paraguaio falso se poderia entrar no país com seu RG brasileiro. O promotor do caso levantou uma suspeita. “Um brasileiro com documentação paraguaia poderia ter a vantagem de participar de negócios em algumas empresas no país, que não seriam dadas sem a cidadania paraguaia.”


(Por:Veja.com.br) 

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