domingo, 22 de março de 2020

COB pede o adiamento das Olimpíadas para 2021 por conta do coronavírus. Comitê Olímpico do Brasil diz não ver condições na realização dos Jogos em julho

PANDEMIA
Pandemia do coronavírus ameaça realização das Olimpíadas
Pandemia do coronavírus ameaça realização das Olimpíadas - 
Rio - Neste sábado, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) pediu, através de um comunicado oficial em seu site oficial, o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021, em virtude da pandemia do novo coronavírus que afeta a população mundial. Com isso, o COB acredita que a Olimpíada possa ser realizada no próximo ano, no mesmo período: entre 24 de julho e 9 de agosto de 2021.

Este comunicado vai na contramão das últimas decisões do Comitê Olímpico Internacional (COI) que segue com a programação normal dos Jogos e diz que não há necessidade de mudanças drásticas no momento. Durante a semana, em entrevista ao jornal "The New York Times", o presidente do COI, Thomas Bach, reafirmou o desejo de iniciar os Jogos na data prevista, dia 24 de julho deste ano.

A postura da entidade, de seu presidente, e do governo japonês tem causado a revolta de desportistas e dirigentes pelo mundo. Vale destacar que, ao longo da semana, diversos grandes eventos esportivos foram adiados para 2021 como a Copa América e a Eurocopa.
 
Além do COB, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) também defendeu o adiamento da Olimpíada e da Paralimpíada de Tóquio para 2021. Ambas as entidades fecharam seus centros de treinamento como forma de prevenção a disseminação do COVID-19 e o alto risco de contágio. No mundo todo, o cenário é de regime de quarentena e atenção total ao novo vírus.

No comunicado oficial, o Comitê Olímpico do Brasil alega que defende o adiamento dos Jogos em virtude da dificuldade dos atletas na preparação para o evento. Para a entidade, os desportistas não têm mais condições de competirem no seu melhor nível por causa dos riscos da doença.

"Como judoca e ex-técnico da modalidade, aprendi que o sonho de todo atleta é disputar uma Olimpíada em suas melhores condições. Está claro que, neste momento, manter os Jogos para este ano impedirá que este sonho seja realizado em sua plenitude", ressaltou o presidente do COB, Paulo Wanderley.
O COB também comenta que o possível adiamento não altera a confiança no Comitê Olímpico Internacional e que a entidade já conseguiu superar dificuldades em outros Jogos através da esperança da chama olímpica e da força do esporte.

- O COI já passou por problemas imensos anteriormente, como nos episódios que culminaram no cancelamento dos Jogos de 1916, 1940 e 1944, por conta das Guerras Mundiais, e nos boicotes de Moscou-80 e Los Angeles-84. A entidade soube ultrapassar estes obstáculos, e vemos a Chama Olímpica mais forte do que nunca. Tenho certeza de que o Thomas Bach, atleta medalha de ouro em Montreal-76, está plenamente preparado para nos liderar neste momento de dificuldade - afirmou Paulo Wanderley.

Confira na íntegra o comunicado oficial do COB

O Comitê Olímpico do Brasil defende a transferência dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021, em período equivalente ao originalmente marcado, entre o fim de julho e a primeira quinzena de agosto.

A posição do COB se dá por conta do notório agravamento da pandemia do COVID-19, que já infectou 250 mil pessoas em todo o mundo, e pela consequente dificuldade dos atletas de manterem seu melhor nível competitivo pela necessidade de paralisação dos treinos e competições em escala global.

'Como judoca e ex-técnico da modalidade, aprendi que o sonho de todo atleta é disputar os Jogos Olímpicos em suas melhores condições. Está claro que, neste momento, manter os Jogos para este ano impedirá que este sonho seja realizado em sua plenitude', afirma o presidente do COB, Paulo Wanderley, que comandou a seleção brasileira em Barcelona 1992.

O COB ressalta que a sugestão de adiamento em nada altera a confiança da entidade no Comitê Olímpico Internacional (COI) de que a melhor solução para o Olimpismo será tomada.

'O COI já passou por problemas imensos anteriormente, como nos episódios que culminaram no cancelamento dos Jogos de 1916, 1940 e 1944, por conta das Guerras Mundiais, e nos boicotes de Moscou 1980 e Los Angeles 1984. A entidade soube ultrapassar estes obstáculos, e vemos a Chama Olímpica mais forte do que nunca. Tenho certeza de que o Thomas Bach, atleta medalha de ouro em Montreal 1976, está plenamente preparado para nos liderar neste momento de dificuldade', completa Paulo Wanderley.

Desde o início da pandemia, o COB tem priorizado a saúde e o bem-estar dos atletas brasileiros e colaboradores do Comitê. Ha uma semana, a entidade cancelou eventos públicos e preparatórios para os Jogos e determinou na terça-feira o fechamento total do CT Time Brasil.

(Por Lance)

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