


Militantes do Talibã celebram acordo de paz e sua vitória no conflito afegão contra os EUA no Afeganistão Foto: NOORULLAH SHIRZADA / AFP/02-03-2020
Os talibãs, que controlam parte do Afeganistão desde a década de 1990, parecem ter encontrado um inimigo à altura: o Covid-19. Temendo a possível propagação da pandemia nos territórios que domina no país, o movimento radical islâmico anunciou que vai facilitar a ação dos trabalhadores humanitários.
Essa não é a primeira vez que os talibãs se exprimem diante de uma crise sanitária. No entanto, quase sempre o grupo se manteve inflexível, impedindo a atuação dos trabalhadores humanitários. Em abril de 2019, eles chegaram a ameaçar a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Cruz Vermelha, desaconselhando a entrada em seus territórios durante uma campanha de vacinação contra paralisia infantil. Até setembro passado as autoridades sanitárias não podiam atuar nas zonas controladas pelos extremistas.
Mas agora, diante da pandemia de Covid-19, os talibãs parecem ter mudado de postura. “O emirado islâmico (ndlr: como é chamado o movimento por seus membros), por meio de sua comissão de saúde, garante para todas as organizações sanitárias internacionais e a OMS que vai cooperar na luta contra o coronavírus”, declarou Suhail Shaheen, porta-voz do grupo, via Twitter na segunda-feira (16).
O anúncio representa uma verdadeira mudança de postura do grupo, acusado no passado de ter matado trabalhadores humanitários em seus ataques. Os talibãs, no entanto, sempre recusaram qualquer responsabilidade na morte de equipes médicas.
O Afeganistão registrou até agora 22 casos confirmados de coronavírus. Mas as autoridades temem que o balanço seja muito maior, principalmente em razão do grande número de moradores que visitam frequentemente o Irã, um dos países mais atingidos pela pandemia. Todos temem que os sistema de saúde afegão não consiga atender os doentes.
(Por:RFI/Epoca.Globo.com)
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