
Rio, 13/03/2020 - Entrevista coletiva com o governador, Wilson Witzel e o secretario de saude Edmar Santos. Batriz Busche, Alexandre Trlles e MarceloRoseira. .Cidade Nova, centro do Rio. Foto: Ricardo Cassiano/Agencia O Dia - Ricardo Cassiano
Rio - O governador do
Rio, Wilson Witzel, vai declarar, nesta segunda-feira, situação de
emergência em todo o Estado. De acordo com o governador, shoppings vão
abrir em apenas um turno, com funcionamento apenas da praça de
alimentação — que só poderão ter um terço das mesas ocupadas. O mesmo
critério será aplicado a bares e academias serão fechadas, bem como
pontos turísticos. O decreto será publicado ainda nesta segunda e
entrará em vigor após a liberação de dinheiro do governo
federal. Segundo o governador, não há prazo para o fim do período.
Witzel informou ainda que a situação de emergência
facilita a contratação de hospitais, serviços e pessoas em caso de
necessidade. A medida é caracterizada pela iminência de danos à saúde e
aos serviços públicos. O governador alertou ainda que, por conta da
redução nos setores comércio e serviços, várias demissões de
trabalhadores devem acontecer. "Hoje eu alertei no Fórum de Governadores
que muitas demissões ocorrerão e essas pessoas vão para o seguro
desemprego".
O governador ainda alertou sobre medidas que possam
impedir a circulação da população nas ruas. "Se for o caso, se chegarmos
a conclusão que medidas contundentes devem ser tomadas, não serei eu
sozinho a tomá-las. Vamos nos reunir, com o governador Doria, o
governador Zema, Rui Costa, os estados mais populosos...vamos ao Supremo
Tribunal para que diga o que pode e o que não pode fazer. É preciso
agilidade para orientação e a população saber que se não cumprir vai ser
multada na rua, se for para a praia poderá ser presa. Mas o momento
agora é de conscientização. Não desafie a doença, quem desafiou está
chorando seus mortos. Faço um apelo aos empresários: se nada for feito,
em três semanas vamos ter mais de 20 mil pessoas contaminadas",
ressaltou.
"Estamos reunidos desde manhã para avaliar as medidas
que deverão ser tomadas pela equipe econômica do estado Nas reuniões
que fizemos ontem e hoje conversamos com vários restaurantes, shoppings
centers, cinemas, atores culturais. Iremos aperfeiçoar o decreto atual.
Estarei consolidando as propostas para declarar situação de emergência
no estado do Rio, podendo justificar todas as medidas que devem ser
tomadas", disse.
"Faço um apelo à população do nosso estado, aos jovens, aqueles que ainda não entenderam que a situação é grave. Nós estamos tentando evitar que ocorram mortes como estão ocorrendo na Itália e Espanha e ocorreram na China. Se nós agirmos como outros países agiram, como a Coréia do Sul, esvaziando as ruas, restaurantes, nós conseguiremos conter a proliferação do vírus. E por um período de tempo maior teremos condições em acontecendo contágio de pessoas vulneráveis atendê-las nos hospitais.Sem ter que escolher quem vive e quem morre", continuou.
"Pelo amor de Deus, à consciência daqueles que ainda não entenderam. Que saibam que não estamos fazendo nenhum tipo de fantasia, briga ideológica, política...esta é uma questão imunitária. O momento é de união. Será reduzido em até 1/3 do atendimento. Poucas pessoas poderão estar em bares e restaurantes. Nossa recomendação é que a comida seja comprada através de serviço de entrega. As pessoas que forem comprar comida, peguem e leve para casa. Sempre evitando contato direto com pessoas mais velhas. Quem comprar a comida, evite ter contato com entregador, que vai estar em várias casas, em alguns países o entregador está deixando a comida na porta e indo embora. Aqui se não for possível, que as pessoas não tenham contato. E se tiver o contato, lavar as mãos imediatamente, passar o álcool em gel, pois o contágio é muito rápido, o vírus se espalha com facilidade".
"Faço um apelo à população do nosso estado, aos jovens, aqueles que ainda não entenderam que a situação é grave. Nós estamos tentando evitar que ocorram mortes como estão ocorrendo na Itália e Espanha e ocorreram na China. Se nós agirmos como outros países agiram, como a Coréia do Sul, esvaziando as ruas, restaurantes, nós conseguiremos conter a proliferação do vírus. E por um período de tempo maior teremos condições em acontecendo contágio de pessoas vulneráveis atendê-las nos hospitais.Sem ter que escolher quem vive e quem morre", continuou.
"Pelo amor de Deus, à consciência daqueles que ainda não entenderam. Que saibam que não estamos fazendo nenhum tipo de fantasia, briga ideológica, política...esta é uma questão imunitária. O momento é de união. Será reduzido em até 1/3 do atendimento. Poucas pessoas poderão estar em bares e restaurantes. Nossa recomendação é que a comida seja comprada através de serviço de entrega. As pessoas que forem comprar comida, peguem e leve para casa. Sempre evitando contato direto com pessoas mais velhas. Quem comprar a comida, evite ter contato com entregador, que vai estar em várias casas, em alguns países o entregador está deixando a comida na porta e indo embora. Aqui se não for possível, que as pessoas não tenham contato. E se tiver o contato, lavar as mãos imediatamente, passar o álcool em gel, pois o contágio é muito rápido, o vírus se espalha com facilidade".
Witzel também comentou sobre as verbas do governo
federal para enfrentar a pandemia. "Os governadores se reuniram
virtualmente e levarão uma proposta ao governo federal para liberar aos
estados, pelo critério da população, pelo menos R$ 50 bilhões. Não há
como superar a crise econômica, de arrecadação dos estados, sem que a
União venha socorrer. É a única que tem recursos para socorrer os
estados e municípios. Os governadores levarão propostas para os recursos
da saúde serem imediatamente disponibilizados, além daquilo que já foi
disponibilizado de R$ 5 milhões. Para o Rio de Janeiro, apenas R$ 36
milhões. Isso é muito pouco, nem dá para começar a pensar. Nós estamos
estimando um custo de R$ 1 bilhão".
"Os principais atingidos são os mais velhos. Nós estamos consolidando outras medidas para podermos restringir ainda mais a mobilidade das pessoas. Também com a equipe econômica vamos fazer nossa parte. Vamos disponibilizar o pouco que temos, o Rio de Janeiro passa por uma situação grave, mas para não agravar ainda mais, vamos disponibilizar R$ 320 milhões para ajudar pequenas e microempresas e empregadores individuais, serão essas as que mais sofrem, vamos ajudar com um financiamento com carência de 12 meses. Porque acreditamos que crise não durará, se trabalharmos bem, além de 6 meses", finalizou o governador.
"Os principais atingidos são os mais velhos. Nós estamos consolidando outras medidas para podermos restringir ainda mais a mobilidade das pessoas. Também com a equipe econômica vamos fazer nossa parte. Vamos disponibilizar o pouco que temos, o Rio de Janeiro passa por uma situação grave, mas para não agravar ainda mais, vamos disponibilizar R$ 320 milhões para ajudar pequenas e microempresas e empregadores individuais, serão essas as que mais sofrem, vamos ajudar com um financiamento com carência de 12 meses. Porque acreditamos que crise não durará, se trabalharmos bem, além de 6 meses", finalizou o governador.
Secretário de Saúde também reforça medidas
O secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, comentou o estado de saúde de um paciente em estado grave, internado em um hospital da Zona Norte. "O paciente em estado grave apresentou uma pequena melhora nas últimas horas, mas ainda segue muito grave no CTI. Seguimos com 95 casos em investigação, mas o problema não é isso hoje. A Itália há um mês atrás estava na situação que estamos hoje. Um mês depois, é essa tragédia humanitária. As ruas estão absolutamente vazias, mas só depois de ter morrido milhares de pessoas na Itália. É preciso que a gente consiga fazer as ruas do Rio de Janeiro ficarem vazias hoje, enquanto não morreu ninguém. Esse é o desafio", pontuou.
O secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, comentou o estado de saúde de um paciente em estado grave, internado em um hospital da Zona Norte. "O paciente em estado grave apresentou uma pequena melhora nas últimas horas, mas ainda segue muito grave no CTI. Seguimos com 95 casos em investigação, mas o problema não é isso hoje. A Itália há um mês atrás estava na situação que estamos hoje. Um mês depois, é essa tragédia humanitária. As ruas estão absolutamente vazias, mas só depois de ter morrido milhares de pessoas na Itália. É preciso que a gente consiga fazer as ruas do Rio de Janeiro ficarem vazias hoje, enquanto não morreu ninguém. Esse é o desafio", pontuou.
"Não adianta a gente decretar férias e um determinado
estabelecimento criar colônia de férias nesse momento. As crianças têm
que ficar em casa, não tem que ir ao parquinho, no play, na praia. As
pessoas só devem sair de casa para irem trabalhar, quem não puder
trabalhar em casa, para comprar comida ou remédios e para ir ao médico,
se precisar. Quem tem que ir ao médico: se você está com febre, sintoma
de coriza, tosse, espirro, mas não está com o estado geral comprometido
fique em casa em isolamento por 14 dias. Quem tiver piora do estado
geral, continuar vários dias com febre, em especial piora do quadro
respiratório, começar a ficar cansado, com falta de ar, dificuldade para
respirar... esse tem que procurar. E aí o médico vai decidir se precisa
ou não da internação e do exame para o Covid-19".
O secretário ressaltou sua fala anterior, de que o Rio poderá ter mais de 24 mil casos em até um mês. "Se a gente não fizer nada, teremos mais de 24 mil casos no Rio de Janeiro em três a quatro semanas. Mas esse é um cenário sem nenhum cuidado, as medidas que estamos implementando é o que pode fazer essa conta mudar drasticamente".
O secretário ressaltou sua fala anterior, de que o Rio poderá ter mais de 24 mil casos em até um mês. "Se a gente não fizer nada, teremos mais de 24 mil casos no Rio de Janeiro em três a quatro semanas. Mas esse é um cenário sem nenhum cuidado, as medidas que estamos implementando é o que pode fazer essa conta mudar drasticamente".
'Vai se propagar de uma forma ou de outra'
Na manhã desta segunda-feira, durante entrevista, o
governador explicou que o novo coronavírus vai se propagar de uma forma
ou de outra, mas a velocidade vai "depender da população deixar de se
aglomerar". Witzel informou ainda que 300 novos leitos vão ficar prontos
em 30 dias.
"Não temos praticamente capacidade hoje de acolher pacientes com dificuldades respiratórias. Estamos tomando medidas para abrir 300 leitos em um mês. Se a população for pra praia, mais de 20 mil pessoas vão ficar infectadas: mais de 500 doentes com dificuldades respiratórias", alertou. O governador também salientou que o governo prepara dois hospitais para receber pacientes com coronavírus e que a secretaria de infraestrutura prepara um projeto emergencial.
Rio pode ter 24 mil casos de coronavírus em 4 de abril se prevenção não for respeitada
"Não temos praticamente capacidade hoje de acolher pacientes com dificuldades respiratórias. Estamos tomando medidas para abrir 300 leitos em um mês. Se a população for pra praia, mais de 20 mil pessoas vão ficar infectadas: mais de 500 doentes com dificuldades respiratórias", alertou. O governador também salientou que o governo prepara dois hospitais para receber pacientes com coronavírus e que a secretaria de infraestrutura prepara um projeto emergencial.
Rio pode ter 24 mil casos de coronavírus em 4 de abril se prevenção não for respeitada
O Estado do Rio pode ter até 24 mil casos de
coronavírus até o dia 4 de abril se as medidas preventivas para evitar o
contágio não sejam adotadas pela população. Os dados são da Secretaria
Estadual de Defesa Civil. A expectativa de casos do covid-19 foram
divulgados no Bom Dia Rio, da TV Globo, durante entrevista do secretário
estadual de Saúde, Edmar Santos.
Atualmente, o número de casos confirmados são 24, mas
é previsto um aumento de 10 vezes a cada sete dias das notificações da
doença.
(Por
Luana Dandara/O Dia)
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