SAÚDE, RN
Por mais de três horas, deputados debateram com o secretário Cipriano Maia sobre ações da Sesap no combate à pandemia.
O secretário de Estado da Saúde Pública, Cipriano Maia, participou na
tarde desta quinta-feira (02/07) da sessão especial da Assembleia
Legislativa, por videoconferência, sobre a participação do Governo do
Estado do Rio Grande do Norte na compra de 300 respiradores pelo
Consórcio Nordeste. A compra foi realizada de forma conjunta, pelos
estados da região, através do Consórcio Nordeste, que é liderado pelo
Estado Bahia.
O secretário prestou esclarecimentos aos deputados
sobre os motivos da adesão à compra de trinta aparelhos que seriam
destinados ao Rio Grande do Norte e o andamento por parte da
Procuradoria Geral do Estado (PGE) do ressarcimento do valor de R$ 5
milhões repassados ao Consórcio Nordeste.
O secretário também
falou sobre a situação da pandemia no Estado, esclarecendo com planilhas
e documentos os recursos que têm sido investidos na implantação de
leitos de covid-19 em todo o Estado, que estão publicados no Portal da
Transparência e no Portal da Sesap e covid-19 do estado.
A compra
foi fundamentada na Lei n 13.979 de fevereiro de 2020, que decretou a
emergência em saúde pública no país. De acordo com Cipriano Maia, está
claro que todos os estados da região foram vítimas da empresa
HempShare. “Mas não justifica criminalizar a gestão, não está faltando
transparência e publicidade das ações, o Consórcio Nordeste adiantou-se
em comunicar a situação aos órgãos competentes e a solicitar
providências com foco no ressarcimento dos valores repassados”.
O
secretário explicou que a aquisição desses equipamentos pelo Consórcio
Nordeste foi realizada no mês de março, quando havia instalado um
verdadeiro “cenário de guerra” pela falta de uma política nacional do
governo federal de preparação e priorização ao enfrentamento da pandemia
e à concorrência mundial por respiradores e Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs).
“O intuito era de salvar o máximo de vidas
possível, uma vez que a oferta de respiradores no mercado era a pior
possível e não havíamos recebido, até aquele momento, o apoio necessário
do governo federal”, disse Ele.
“A União, até então não havia se
disponibilizado a apoiar os estados na compra de respiradores, e cada
um teve que resolver por si só esse problema da falta de unidade e
cooperação. O próprio ministro Mandetta, responsável pela condução do
SUS em âmbito nacional, anunciou que alocaria 2 mil leitos de UTI para
serem distribuídos nos estados. O ministro deixou o cargo e apenas 10
desses leitos chegaram ao Rio Grande do Norte”.
Segundo o
secretário, até o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde
(CONASS) fez uma pressão imensa para que o ente nacional pudesse
conduzir a epidemia, apoiar os estados e garantir as condições porque
só o Estado nacional teria condições de concorrência.
“Essa
demanda por ventiladores se tornou um verdadeiro leilão não apenas
nacional como mundial. O Governo do RN realizou licitações, mas os
respiradores não foram entregues porque o próprio Ministério da Saúde
fez bloqueio de toda produção nacional. Só conseguimos receber os
aparelhos por vias judiciais. Daí partimos para uma situação desesperada
de compra que, infelizmente, não deu certo”.
Na conferência, o
Procurador Geral do Estado, Luís Antônio, esclareceu sobre os
procedimentos de ressarcimento através do Consórcio Nordeste que tem o
Governo do Estado da Bahia e o Procurador Geral do Estado da Bahia como
representantes judiciais.
O secretário Cipriano Maia disse que a
compra frustrada dos respiradores não inviabiliza a parceria com o
Consórcio Nordeste. “Na Saúde não temos nenhuma operação em curso com o
consorcio, mas esse é um instrumento fundamental e já trouxe bastante
economia para o Estado na compra de medicamentos da ordem de 30%. Por
isso, é importante a cooperação tanto entre estados, quanto entre
estados e municípios e outras formas associativas de gestão para
potencializar recursos públicos e vencer dificuldades”, disse o
secretário.
Falando sobre sua idoneidade, Cipriano Maia disse que
zela pelo dinheiro público muito melhor do que o próprio dinheiro. “Meu
salário eu posso desperdiçar se quiser, mas o dinheiro público não. Essa
tem sido minha atitude por quase dez anos de gestor, na Universidade
Federal do RN , quanto no Ministério da Saúde. Prova disso é que não
respondo a nenhum processo. Quero deixar claro que estamos apoiando os
municípios em ações interfederativas não estamos preocupados por disputa
partidária, isso poderemos deixar para outro momento”, finalizou o
secretário Cipriano Maia.
(Por:Nominuto.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário