quarta-feira, 8 de julho de 2020

Habeas corpus de Queiroz vai ao STJ e pode ser decidido por presidente da Corte. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro está preso desde o dia 18 de junho; sua mulher é considerada foragida

 Fabrício Queiroz fazendo churrasco na casa em Atibaia

ASSESSORAVA FLÁVIO BOLSONARO

Brasília - A desembargadora Suimei Cavalieri, do Tribunal de Justiça do Rio, encaminhou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) os habeas corpus apresentados pela defesa de Fabrício Queiroz e sua mulher, Márcia Oliveira de Aguiar. Ele está preso desde o dia 18 de junho; ela, foragida desde então. O processo chegou ontem à noite a Brasília.
 
Suimei compõe a 3ª Câmara Criminal do TJ e foi voto vencido ao decidir pela manutenção do Caso Queiroz na primeira instância. Ou seja, entendeu que Flávio Bolsonaro não tem direito a foro especial na segunda instância por ser deputado estadual na época em que os crimes teriam sido praticados.
 
No entanto, como os demais desembargadores deram o benefício ao hoje senador, Suimei entendeu agora que, já que o caso vai para o segunda instância, cabe ao STJ, que está acima do Órgão Especial do TJ fluminense, julgar os pedidos de habeas corpus relativos a ele. O documento está nas mãos do presidente João Otávio de Noronha, único ministro que não está de recesso.
 
Como o Estadão mostrou no mês passado, Noronha tem perfil governista: em decisões individuais, atendeu aos desejos da Presidência da República em 87,5% dos pedidos que chegaram ao Tribunal.
 
Queiroz é amigo de longa data do presidente Jair Bolsonaro e, segundo o Ministério Público, atuava como operador financeiro do suposto esquema de desvios liderado pelo filho ‘01’ do presidente.
 
O ex-assessor foi alvo de prisão preventiva há cerca de três semanas. Ele é acusado de praticar obstrução de Justiça ao longo do processo. No habeas corpus, a defesa pede a conversão da prisão preventiva em domiciliar.
 
Os advogados citam o estado de saúde de Queiroz e o contexto de pandemia, além de criticarem fundamentos da medida autorizada pela Justiça.
 
O caso estava prestes a ter a primeira denúncia apresentada quando os desembargadores do Rio mudaram o foro de Flávio. O MP entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal para que a investigação volte para a primeira instância. A expectativa é de que os ministros analisem o pedido em agosto, quando voltarem do recesso.
 
 
(Por:Estadão Conteúdo)

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