EX-PRESIDENTE DO URUGUAI
O ex-presidente do Uruguai José Mujica durante encontro com estudantes na concha acústica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), no campus do Maracanã, em 2017 - Fernando Frazão/Agência Brasil/27.08.2015
O ex-presidente
uruguaio José "Pepe" Mujica (2010-2015) informou que deixará em breve o
cargo de senador por motivos de saúde e por idade avançada. Ele explicou
nesta segunda-feira, que cumprirá o mandato até outubro e se retirará
definitivamente da política por conta de uma doença imunológica crônica.
"Amo política e não quero ir embora, mas amo ainda
mais a vida. E já que estou para ir embora, tento esticar os minutos que
me restam. Que defeito, hein?", disse à imprensa o senador da Frente
Ampla, coalizão de esquerda que governou o Uruguai entre 2005 e 2020,
momentos antes de votar nas eleições locais, no domingo. O ex-presidente
revelou que, por conta da doença imunológica, não poderá tomar uma
vacina contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) quando esta for
disponibilizada.
Apesar de ele próprio ter insinuado antes que
deixaria o Senado em outubro - pelo qual conquistou uma vaga nas
eleições de 2019 - no domingo, ele comentou que, se puder, "deixará o
cargo mais cedo". Ele havia renunciado ao cargo no Senado em 2018,
alegando que "estava cansado da longa viagem" e se afastaria "antes de
morrer de velho", mas decidiu voltar ao Congresso no ano passado.
"Estou prestes a sair por causa da minha idade,
porque tenho uma doença imunológica crônica e é lógico que a política
obriga as relações sociais. Se tenho de me cuidar, não posso falar, e
não posso ir de um lado e para o outro, então estou como um mau
senador", argumentou Mujica, que fez 85 anos em maio.
O ex-presidente, que fez campanha apoiando um dos
três candidatos da Frente Ampla para a Prefeitura de Montevidéu, Álvaro
Villar, dedicou especial atenção às eleições locais de domingo.
"Se o mundo continuar esse processo de globalização,
as questões municipais provavelmente assumirão cada vez mais
importância, enquanto as questões nacionais serão regidas por tratados e
convenções internacionais", disse ele.
Cerca de 2,7 milhões de eleitores participaram da
votação nos 7 130 centros para eleger os governantes de seus 19
departamentos (províncias) e 125 municípios para o período 2020-2025.
As eleições foram marcadas pela emergência sanitária
pela qual passa o Uruguai desde 13 de março, quando foram detectados os
primeiros casos de covid-19 no país sul-americano.
Essas eleições estavam marcadas para 10 de maio, mas,
para evitar mais infecções em um dia de possível aglomeração,
decidiu-se adiá-las até setembro.
(Por:Estadão Conteúdo)
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