SETE VOTOS A ZERO
Prefeito Marcelo Crivella - Cléber Mendes
Rio - O Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE) confirmou, nesta quinta-feira, por unanimidade, a decisão de tornar o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), candidato à reeleição, inelegível até o ano de 2026.
O prefeito só sai da corrida eleitoral caso esgotem todos os recursos.
Ele ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a
decisão e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na segunda-feira (21),
Crivella já tinha sido julgado inelegível, porém, o desembargador Vitor Marcelo Rodrigues pediu vistas do processo.
Neste mesmo dia, o prefeito alegou que iria entrar com recurso. "Após
concluído e publicada a decisão, no prazo legal, a defesa do prefeito
Marcelo Crivella entrará com recurso", disse a prefeitura em nota.
No dia 10 de setembro, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro
(MPRJ) fizeram uma operação contra irregularidades em contratos
firmados com a Prefeitura do Rio. Foram 22 mandados de busca e
apreensão, cumpridos em endereços ligados ao prefeito Marcelo Crivella
(Republicanos), servidores, empresários e à administração municipal. Um
dos celulares e um pendrive de Crivella foram apreendidos.
Dentre os endereços alvos, estavam a residência de Crivella, na Península, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, o Palácio da Cidade,
residencial oficial da prefeitura, em Botafogo, na Zona Sul, e o Centro
Administrativo São Sebastião, sede do Executivo Municipal, na Cidade
Nova.
OPERAÇÃO HADES
A ação é um desdobramento da Operação Hades,
deflagrada no dia 10 de março deste ano, que investiga a existência de
uma possível organização criminosa e esquema de corrupção na prefeitura.
Na ocasião, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão na sede da
Riotur, na Cidade da Música, na Barra; Jacarepaguá; Copacabana; e em
Angra dos Reis, na Região da Costa Verde.
Dentre outros locais, os agentes estiveram em
endereços ligados ao então presidente da Riotur, Marcelo Alves, na
Barra, e Rafael Alves. Marcelo foi exonerado do cargo logo depois da
ação.
A investigação teve como ponto de partida a delação
premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso na Operação Câmbio Desligo, um
dos desdobramentos da Lava Jato fluminense, realizada em maio de 2018.
Veio dele a expressão QG da Propina para se referir ao esquema, que
teria como operador Rafael Alves, homem forte da prefeitura apesar de
não ter cargo oficial.
Procurada pela reportagem, a prefeitura informou que
Marcelo Crivella vai recorrer da decisão, e estuda um pedido de anulação
da votação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), "visto que um dos
desembargadores, Gustavo Alves Pinto Teixeira, votou, mas é, ao mesmo
tempo, advogado da Lamsa, concessionária contra a qual o prefeito entrou
na Justiça para pôr fim ao pedágio da Linha Amarela."
"O advogado Gustavo Teixeira havia se declarado
impedido de votar, mas mudou de posição, apesar do conflito de
interesses entre a sua cliente, Lamsa, e o prefeito. Note-se ainda que,
após decisão judicial, Crivella abriu as cancelas do pedágio na Linha
Amarela, tornando-o gratuito durante a pandemia. Isso, enquanto, por
dia, a Lamsa faturava R$ 1 milhão com a cobrança abusiva", dizia parte
da nota.
(Por
O Dia)
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