quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Sem consenso sobre como pagar, Renda Brasil é carta fora do baralho. Não há previsão para que governo apresente alternativa ao auxílio emergencial depois de Jair Bolsonaro rechaçar única possibilidade de financiamento

 PROGRAMA

FANTASMA - Auxílio emergencial: o fim do benefício é a maior fonte de preocupações do governo - Antonio Molina/Fotoarena

Membros do Ministério da Economia rechaçam a possibilidade de o governo federal idealizar um programa substitutivo ao auxílio emergencial em 2021. O motivo, para variar, é a falta de entendimento quanto à origem dos recursos. Cerne das intenções do secretário de Fazenda, Waldery Rodrigues, a possibilidade de engendrar a desindexação de benefícios relacionados a aposentadorias e pensões é a única alternativa vislumbrada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes — ideia rechaçada pelo presidente Jair Bolsonaro. 

A auxiliares, Guedes atribui a confusão envolvendo as intenções do senador Márcio Bittar (MDB-AC), relator do Orçamento de 2021, de dar calote no pagamento de precatórios a uma falha na comunicação. Guedes perguntou sobre as despesas com os precatórios e prometeu combater o crescimento dos gastos. O ministro vem relatando que a proposta foi mal interpretada.

No Ministério da Economia, Bittar era visto como um parlamentar que havia comprado a ideia do ministério de desindexar os benefícios. “Mais duro que o Guedes”, dizem membros do Congresso Nacional. As campanhas eleitorais foram o grande entrave. Depois do esvaziamento da proposta, Bittar desistiu de apresentar uma alternativa ao auxílio emergencial. Renda Cidadã ou Renda Brasil? Nem um, nem outro. “O que o presidente falou? Não tem fonte dos recursos, não tem programa”, diz um membro do Ministério da Economia.


(Por Victor Irajá/Veja.com.br)

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