TORTURA
Ex-presidente Dilma RousseffBrasília - A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) rebateu há pouco as
provocações feitas por Jair Bolsonaro e classificou o presidente da
República como "fascista", "sociopata" e "cúmplice da tortura e da
morte". Pela manhã desta segunda-feira, 28, o atual chefe do Executivo
ironizou a tortura sofrida por Dilma no período em que foi presa, em
1970, durante a ditadura militar. A apoiadores, Bolsonaro cobrou que lhe mostrassem um raio X da adversária política para provar uma fratura na mandíbula.
"A
cada manifestação pública como esta, Bolsonaro se revela exatamente
como é: um indivíduo que não sente qualquer empatia por seres humanos, a
não ser aqueles que utiliza para seus propósitos. Bolsonaro não
respeita a vida, é defensor da tortura e dos torturadores, é insensível
diante da morte e da doença, como tem demonstrado em face dos quase 200
mil mortos causados pela covid-19 que, aliás, se recusa a combater. A
visão de mundo fascista está evidente na celebração da violência, na
defesa da ditadura militar e da destruição dos que a ela se opuseram",
relatou Dilma em nota. "É triste, mas o ocupante do Palácio do Planalto
se comporta como um fascista. E, no poder, tem agido exatamente como um
fascista."
Para Dilma, Bolsonaro mostra, "com a torpeza do
deboche e as gargalhadas de escárnio, a índole própria de um torturador"
e "ao desrespeitar quem foi torturado quando estava sob a custódia do
Estado, escolhe ser cúmplice da tortura e da morte."
No
documento, a presidente avalia que o presidente insulta, além dela,
outras milhares de vítimas da ditadura militar, torturadas e mortas,
assim como aos seus parentes, "muitos dos quais sequer tiveram o direito
de enterrar seus entes queridos", escreve. "Um sociopata, que não se
sensibiliza diante da dor de outros seres humanos, não merece a
confiança do povo brasileiro", conclui.
(Por Estadão Conteúdo)
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