quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Fechamento de CMEI no Barro Vermelho causa bastante apreensão. Mães de alunos alegam que não foram comunicadas oficialmente sobre o encerramento das atividades na unidade

TRANSTORNOS

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O fechamento do Centro Municipal de Educação Infantil Clara Camarão, no Barro Vermelho, está causando uma série de transtornos para aproximadamente 100 mães de alunos que estudavam no local. Conforme relatos delas, não houve um comunicado oficial sobre o fato e muitas estão sem ter onde matricular seus filhos porque já não há vagas na maioria das unidades. A Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que todos os estudantes serão transferidos para outro centro, localizado na Rua Régulo Tinoco, no mesmo bairro.

Segundo a vendedora Andreza Kaylyny, a justificativa alegada pela direção do CMEI para o fechamento é de que não havia demanda suficiente que explicasse a manutenção do centro. No entanto, ela disse que realmente houve uma debandada de alunos, mas causada sobretudo pela falta de servidores como ajudantes de sala e de materiais para trabalho com os estudantes.

“No início do ano foram matriculadas 118 crianças, mas com o passar do tempo e a ocorrência desses problemas, as mães ficaram desmotivadas e acabaram retirando seus filhos para outras unidades. Nós chegamos a comunicar por duas vezes a situação à secretaria e tentamos, sem sucesso, uma reunião com Justina Iva, mas não fomos atendidas e a situação chegou a esse ponto, de fechar o CMEI”, afirmou.
Ela, que mora na zona Norte de Natal e trabalha em uma loja na Cidade Alta, disse que foi informada no início de dezembro sobre o encerramento das atividades do Clara Camarão e que conseguiu, depois de muito custo, uma vaga para a filha de cinco anos em outro CMEI, próximo ao antigo.

“Vou ter que me sacrificar, mas não posso deixar minha filha sem estudar. Como ela tem que estar no CMEI às 7h e nós moramos na zona Norte, terei que sair de casa por volta das 5h da manhã para conseguir chegar a tempo de deixá-la lá e ir para o meu trabalho, à pé. Ainda tentamos lutar para não fecharem a unidade na SME, mas fomos recebidas com descaso e deboche. Uma situação humilhante”, desabafou.

Quem também foi pega de surpresa pela situação foi a diarista Elidiane Santos, que está apreensiva pela possibilidade de não encontrar vaga para seu filho estudar em 2015. Ela disse que foi informada sobre o fechamento da unidade por outras mães de alunos e que ficou desanimada, já que trabalha o dia inteiro e precisa de um CMEI que atenda sua criança no período integral.

“Consegui fazer uma reserva de matrícula, mas não tenho certeza, porque já me disseram que a prioridade é para as crianças que nunca estudaram e, como o meu menino já freqüentava o CMEI, pode ser que ele fique sem vaga. É uma angústia grande, mas rezo a Deus que dê certo, porque preciso muito. Trabalho o dia todo e não tenho com quem deixar meu menino”, falou.

Reordenamento da rede
A secretária Justina Iva afirmou que nenhum dos alunos atendidos no Clara Camarão ficará sem estudar no próximo ano, já que todos serão encaminhados e matriculados no CMEI José Alves Sobrinho, no mesmo bairro. Ela disse que está sendo feito um reordenamento da rede e que outras quatro unidades devem passar pelo mesmo processo nos próximos meses, quando sairão de imóveis alugados para sedes próprias, que podem ser reformuladas e ampliadas, ao contrário dos primeiros.

“Não vai faltar vaga para nenhuma criança, pelo contrário, com esse reordenamento, vamos ampliar o total oferecido e melhorar as condições em que elas estudam, já que estarão em prédios próprios. Os alunos do Clara Camarão também serão beneficiados com essa mudança. Pode ter ocorrido um mau-entendido”, afirmou.

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