segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Inúmeros buracos atrapalham percurso na ciclofaixa da Via Costeira. Pouco depois do Centro de Convenções, o maior deles obstrui completamente a passagem

TORMENTO

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Muita gente não sabe, mas o piso hidráulico de cor vermelha no calçadão da Via Costeira (avenida Senador Dinarte Mariz) é uma ciclofaixa. Os pedestres e ciclistas se confundem até porque não há sinalização evidente. Porém, o maior problema no local é a buraqueira que está tomando conta da ciclovia.

Nossa equipe constatou que, em pelo menos três pontos do percurso reservado para ciclistas, é possível encontrar buracos que os forçam a disputar o espaço do pedestre. Quem está ficando experiente em pedalar e desviar dos buracos é a dupla de amigas Silvana Lima, de 51 anos, e Vanessa Almeida de 30 anos. Para elas, já virou hábito pedalar na Via Costeira nas manhãs do sábado.

Pouco depois do Centro de Convenções, o maior deles obstrui completamente a passagem. “Tem uns quatro ou cinco buracos grandões como esse, fora os pequeninhos”, contou Vanessa. Além disso, o piso não é adequado para a prática do esporte. Segundo a dupla, a bicicleta trepida muito e chega até a causar dores na coluna. Elas também observam que o desempenho da bicicleta diminui em comparação com asfalto. “Ela passa a marcha mais suavemente no asfalto”, disse Vanessa. “Aqui não rende tanto, no asfalto a bicicleta flui com mais facilidade”, completou Silvana.

A servidora pública Silvana Lima adquiriu o hábito de pedalar há cerca de 10 anos. Por isso, lembra-se da antiga ciclovia da Via Costeira. “Era pequeninha, mas dava pra andar. Deveriam ter mantido. Eu lembro que já tinha uns buracos, mas é aquela história: se não existe manutenção acaba ficando assim”, rememorou.

Para a administradora de empresas Vanessa Almeida, a Via Costeira é a rota da sua casa, em Nova Parnamirim, para o trabalho que fica na Ribeira. “Se tivesse essa segurança, eu iria com certeza de bicicleta para o trabalho. Não só eu, mas muita gente. Até melhoraria o trânsito”, disse, ao lembrar que as ciclofaixas e ciclovias em Natal não conectam as diferentes regiões da cidade.

Isso até gera uma situação curiosa. As duas amigas precisam levar suas bicicletas de carro até a Via Costeira para só assim poder aproveitar os d11 quilômetros de percurso ciclisto seguro. Segundo Silvana, a via preferida pelos ciclistas é a rota do sol. Na rodovia que leva para o litoral sul, o acostamento faz as vezes de ciclofaixa. A dupla só opta pela Via Costeira porque a brisa refresca a pedala aos sábados.

Vale lembrar que as ciclovias sempre possuem divisão física (um meio-fio por exemplo), seja da calçada ou da faixa para veículos. Por sua vez, a ciclofaixa é um espaço preferencial para as bicicletas demarcado apenas com sinalização horizontal.

Confusão
Pouca gente sabe ao certo qual o espaço destinado para os pedestres e bicicleta no calçadão da Via Costeira. Pelo fato de ser mais larga, muita gente acredita que o piso vermelho é destinado para quem corre ou caminha, quando na verdade é o contrário. Apesar da confusão, segundo o estudante de pós-graduação Kelysson Nunes, de 25 anos, não há trombadas entre ciclistas e pedestres. Nem mesmo quando um buraco entre no caminho dos dois. “Não tem problema porque todas as pessoas que andam por aqui são bem educação, quando o ciclista vai chegando perto da gente, eles sempre diminuem a velocidade”, falou.

Além da necessidade de manutenção da ciclofaixa sobre o calçadão, o estudante apontou outros problemas no local. “Acho que deveria ter uma sinalização melhor; umas campanhas educativas no domingo, quando eles fecham aqui tanto para nós quanto para os turistas; iluminação para poder ser usada à noite e fiscalizar os hotéis por causa dos esgotos”, elencou.

Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Departamento Estadual de Estradas de Rodagens (DER). A assessoria respondeu que somente o diretor-geral, Demétrio Torres, poderia falar sobre o assunto, mas ele já teria devolvido seu telefone institucional. Mesmo com promessa de tentativa de resposta sobre manutenção da ciclofaixa, a assessoria não retornou as ligações até o final desta edição.

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