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Um dos principais alvos de investigação da Operação Lava Jato, a OAS pediu nesta terça-feira à Justiça do Estado de São Paulo a recuperação judicial de nove de suas empresas. Segundo o comunicado divulgado à imprensa, “a iniciativa foi o melhor caminho encontrado para renegociar suas dívidas com credores e fornecedores diante da intensa restrição de crédito verificada desde o final do ano passado”. Ao pedir a recuperação judicial, a empresa garante proteção da Justiça para renegociar suas dívidas e reescalonar pagamentos a credores. O plano de recuperação judicial ainda precisa ser aprovado pelas autoridades.
A OAS é a terceira empresa ligada à Lava Jato que entra com pedido de recuperação. A Alumini e a Galvão Engenharia optaram pelo mesmo caminho. A Schahin Engenharia, que não teve executivos presos mas é citada nas denúncias de cartel, contratou os serviços de Joel Thomaz Bastos, do escritório Dias Carneiro – o mesmo que cuida do processo da OAS – para entrar com o pedido na Justiça paulista.
Dívida e calote - A OAS tem mais de vinte obras de infraestrutura no país – a maior parte conseguida por meio de contratos com estatais, com o governo federal e com governos estaduais. Se, em decorrência da Lava Jato, a construtora for declarada inidônea, ela perderá seu maior cliente, a União.
Desde o final do ano passado, a empresa tem dado o calote em credores de sua dívida. Por isso, foi rebaixada pelas agências de classificação de risco à categoria “junk”. Isso significa que os investidores que compraram títulos da empresa correm sério risco de não receberem de volta os rendimentos.
O endividamento da empresa até setembro de 2014 era de 7,7 bilhões de reais, segundo a agência de classificação de risco Fitch. Atualmente, alguns fundos credores, como o Blackrock, estão vendendo os papéis da OAS no mercado secundário para fundos especializados em ativos podres, os chamados “fundos abutres” – os mesmos que detém boa parte da dívida da Argentina e hoje cobram um prêmio altíssimo para renegociá-la.
Fonte: Veja
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