EM CANDELÁRIA
Os moradores do bairro Candelária, na zona Sul de Natal, ainda se lembram da última vez em que a operação tapa-buraco passou pela avenida Jaguarari, em junho do ano passado. Nove meses depois, entretanto, o asfalto já voltou a abrir. A população relata perigo e prejuízos causados pelos acidentes que acontecem na região. A prefeitura, por sua vez, afirma que está revendo contratos com as empresas que prestam esse tipo de serviço, que está suspenso.
O motorista Nazareno Oliveira passa todos os dias pela região, indo e voltando do trabalho. De acordo com ele, os buracos atrapalham o trânsito e causam danos aos veículos. “Eu tive que fazer dois alinhamentos no mês passado, por causa disso. Acaba com o carro e a gente sai no prejuízo”, afirma.
Maria Lenilda Evaristo, atendente de uma lavanderia no bairro, conta que já viu acidentes acontecerem na porta de seu local de trabalho. “Uma vez uma moto bateu no buraco e a mulher caiu. Quase morre”, lembra. Ainda de acordo com ela, outro problema é a falta de drenagem na pista, que gera muitos alagamentos no período de chuvas. Os carros, de acordo com seu relato, chegam a boiar e baterem um no outro.
A reportagem não encontrou grandes buracos na região. No entanto, os que estavam no local causavam perigo aos motoristas. Por serem fundos podem chegar a cortar pneus, segundo o funcionário público Frederico Melo, morador da região. “É ridículo. É um problema constante. Operação tapa-buraco não resolve. É preciso um recapeamento em toda a avenida. Se não fizer isso, é tapar e a chuva abrir”, afirma.
Segundo o secretário de Obras Públicas do município, Tomaz Neto, o Executivo contrata empresas para prestarem serviço contínuo de tapa-buraco, porém os serviços estão temporariamente suspensos devido a um repentino aumento do preço do metro cúbico do asfalto. “A gente está realinhando o serviço, porque a Petrobras reajustou o asfalto em 34% logo no início do ano, o que desequilibrou os contratos que tinham sido firmados no final do ano”, argumenta.
De acordo com ele, o preço do metro cúbico do produto passou de R$ 450, na época da licitação, para R$ 687. “A gente está fazendo novos cálculos, baseados na nova tabela da Petrobras, e vamos procurar o prefeito, a área de finanças da Prefeitura, para saber se o município vai ter condições. As empresas não querem pagar esse valor e receber pelo anterior, que é bem menor”, acrescenta Tomaz Neto.
De acordo com ele, as empresas locais normalmente compram o asfalto no Ceará. Quando o produto chega ao Rio Grande do Norte, segue para as usinas, onde recebe o acréscimo de brita e areia. O problema causado pelo reajuste impactou os serviços do tipo em várias empresas em todo o país.
Desde o início do ano há notícias de obras paralisadas em diversas regiões. O produto é derivado do Petróleo, que não teve um reajuste dessa proporção.
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