OPERAÇÃO SALT III
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (17), em Mossoró, Região Oeste do Estado, a “Operação Salt III”, visando prender integrantes de uma organização criminosa que desde a década de 90 especializou-se em praticar delitos de sonegação fiscal, apropriação indébita previdenciária, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, com prejuízos estimados em mais de R$ 500 milhões de reais.
Nesta operação, o juiz federal Orlan Donato Rocha determinou a prisão do empresário Edvaldo Fagundes, filhos, noras e outras pessoas que tiveram seus nomes envolvidos nos negócios ilícitos no Rio Grande do Norte.
Segundo as investigações, o grupo se utilizava do artifício de criar paper companies (empresas que só existem no papel), e fazia uso de laranjas para garantir o livre ingresso de receitas nos caixas de mais de 30 empresas envolvidas no esquema e que atual no ramo de plásticos, tecidos, combustíveis,resina, construção civil e na extração de sal.O grupo criminoso também é suspeito de promover o branqueamento decapitais ou seja, encobrir a origem dos bens e rendimentos (vantagens) obtidos ilicitamente, mediante complexo esquema de blindagem patrimonial contra as ações fiscalizadoras da Receita Federal.
Foram presos os filhos Edvaldo Fagundes de Albuquerque Filho e Eduardo Fagundes de Albuquerque; Zulaide de Freitas Gadelha (esposa de Edvaldo); Tupinambá de Paiva (contador das empresas); Ana Catarina Fagundes Albuquerque (filha de Edvaldo); Felipe Vieira Dantas (esposo de Ana Catarina); Miguel Ângelo Barra e Silva (funcionário) e Genivan Silvano de Souza (funcionário). O empresário e o seu filho Rodolfo Fagundes permanecem foragidos. A Polícia Federal está procurando ambos em todo o território nacional.
Após oficializar a prisão, todos estão passando por exames no Instituto Técnico-científico de Polícia (ITEP) e depois enviados a Cadeia Pública.
O agente federal Paulo Kleber Nascimento, que atua na Assessoria de Imprensa da Delegacia da Polícia Federal em Mossoró, informou que a coletiva foi cancelada de 10h porque o procurador da república e os delegados estaria negociando para os demais suspeitos que tiveram prisões decretadas se apresentarem.
No caso do empresário Edvaldo Fagundes e o filho Rodolfo não se entregarem, serão considerados foragidos, passando a serem procurados pela Policia Federal em todo território nacional. Nesta operação, a PF utiliza 50 policiais federais que estão cumprindo 10 mandados de prisão.
A Operação Salt III começou ainda durante a madrugada. Os agentes cercaram as residências dos suspeitos e quando amanheceu o dia começou a efetuar as prisões. Edvaldo Filho foi preso em seu apartamento num prédio de alto luxo ao lado do antigo Fórum Municipal de Mossoró.
SALT I:
A Receita Federal e a Polícia Federal deflagraram nesta terça-feira (17) a Operação Salt, com o objetivo de combater organização criminosa suspeita de fraudar o Fisco.
Com a Operação Salt (sal em inglês) busca-se apurar os indícios encontrados durante as investigações de prática de crimes de sonegação fiscal, falsidade ideológica, apropriação indébita previdenciária, formação de quadrilha, fraude à execução e lavagem de dinheiro.
Participam da operação 38 servidores da Receita Federal e 86 policiais federais nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba, onde são cumpridos 21 mandados de busca e apreensão em residências e nas empresas ligadas à organização criminosa.
A investigação surgiu como desdobramento da execução fiscal ajuizada pela Procuradoria da Fazenda Nacional, que culminou com o bloqueio, determinado pela 8ª Vara Federal, de mais de duzentos milhões de reais da organização criminosa.
A fraude consistiria na ampla utilização de interpostas pessoas, conhecidos como “laranjas”, na composição societária das empresas do grupo e na criação de empresas que só existem no papel, conhecidas como “paper companies”, estas também em nome de “laranjas”. As “paper companies” serviriam para garantir o livre ingresso de receitas nos caixas do grupo, uma vez que as empresas reais já possuem mais de 400 milhões de reais inscritos em dívida ativa e estavam com seu faturamento judicialmente bloqueado.
Envolvidos:
Núcleo Administrativo (detinha o poder de mando)
- Edvaldo Fagundes de Albuquerque
- Ana Catarina Fagundes de Albuquerque
- Edvaldo Fagundes de Albuquerque Filho
- Eduardo Fagundes de Albuquerque
- Rodolfo Leonardo Soares Fagundes de Albuquerque
- Zulaide de Freitas Gadelha
Núcleo Contábil (responsável por instrumentalizar formalmente a constituição de diversas empresas fantasmas do grupo, contribuindo decisivamente para os delitos cometidos)
- Tupinambá de Paiva Carvalho
Núcleo Operacional (composto pelas interpostas pessoas aliciadas pelos líderes da organização, compondo os popularmente chamados “laranjas”
- Antônia Martins de Araújo
- Antônio Fagundes de Albuquerque Neto
- Carla Lígia Leite Barra
- Denise de Souza Borges
- Felipe Vieira Pinto
- Genival Silvino de Sousa
- Ivan Freitas da Silva
- Jerônimo Antônio Ferreira Neo
- Jose Bonifácio Dantas de Almeida
- Manoel Inovilton de Paiva
- Marcos Reigracion Borges
- Miguel Ângelo Barra e Silva
- Sebastião Aécio Borges
Empresas envolvidas:
- ESS Empresa de Serviços Salineiros
- EBS – Empresa de Sal LTDA
- Diamante Cristal Indústria e Comércio de Sal LTDA – ME
- Refinassal Indústria e Refinação de Sal LTDA
- Líder Comércio e Indústria de Alimentos LTDA
- West Import´s e Comércio LTDA
- CBC Indpustria de Termoplástico Amazônia LTDA
- Locmaquip Locadora & Construtora LTDA
- Premolds Indústria & Comércio LTDA
- EFA Gestão de Negócio LTDA
- Revendedora de Combustível Portalegre LTDA
- Realplast Indústria e Comércio LTDA
- Comércio de Produtos de Petróleo Líder LTDA
- Líder Comércio de Combustível de Lubrificantes LTDA
- Revendedora de Combustíveis Portalegre LTDA
- Ciemarsal Comércio e Indústria e Exportação de Sal LTDA
- Ilha Refinaria de Sal LTDA
- Dmarket Indústria e Comércio de Artefatos Plásticos LTDA
- Tecidos Líder Indústria e Comércio LTDA
- Rafitex Rafia têxtil LTDA
- F.A. Veículos, Peças e Agenciamento LTDA
Fonte: Com informações do site Mossoró Hoje
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