TERRORISMO NA FRANÇA
FOTO: PHILIPPE DESMAZES / AFP
Um corpo foi encontrado decapitado e
pelo menos duas pessoas ficaram feridas em um suposto ataque islâmico a
uma fábrica de gás perto da cidade francesa de Lyon nesta sexta-feira.
Houve várias explosões, possivelmente causadas por botijões de gás, na
fábrica Air Products em Saint-Quentin-Fallavier, na província de Isère.
Um dos suspeitos, identificado como Yacinne Sali, foi detido. O outro
foi morto na cena do ataque por um bombeiro.
Em entrevista coletiva, o presidente
francês, François Hollande, disse não ter dúvidas de que se trata de um
ataque terrorista. Inscrições em árabe foram encontradas no corpo
decapitado, informou o presidente. Após o atentado, Hollande decidiu
deixar a cúpula da União Europeia (UE) em Bruxelas e voltar para a
França.
— A intenção não deixa dúvidas: era
provocar uma explosão. O ataque é de natureza terrorista — afirmou
Hollande, expressando solidariedade às vítimas.
O ministro do Interior francês, Bernard
Cazeneuve, que está no local do crime, confirmou que havia bandeiras
islâmicas na cena do ataque. Ele ordenou o reforço da segurança em
locais vulneráveis nos arredores de Lyon.
Os dois suspeitos chegaram de carro até o
local e chocaram o veículo contra a entrada da fábrica. As
circunstâncias da decapitação ainda não estão claras. Fontes disseram
que um agressor degolou um homem com uma faca, o decapitou e deixou seu
corpo perto da entrada da fábrica. A cabeça teria sido pendurada em uma
grade.
O suspeito Yacinne Sali, de 35 anos, já
era conhecido pelas autoridades. De acordo com os serviços de
inteligência, ele não tinha participado de atividades terroristas, mas
havia sido fichado por radicalização. Suspeito de ter ligações com o
movimento salafista, Salim residia na região de Lyon, em Saint-Priest.
— Ele foi colocado sob vigilância
antiterrorista em 2006 e 2008 — explicou Cazeneuve. — É um indivíduo que
tem relações com o mundo salafista, mas nunca foi identificado por
participar de um ato terrorista. Não tem registo criminal nesse sentido.
O ministro também disse que a vítima
ainda não havia sido indentificada. E que a equipe de investigação
estava tentando traduzir a frase escrita na bandeira deixada no local.
Autoridades
francesas abriram uma investigação sobre terrorismo após o ataque, que
ocorreu por volta de 10h (horário local). Inicialmente, foram relatos
vários feridos.
Em um comunicado, a multinacioinal Air
Products, que tem sede nos Estados Unidos, confirmou o ataque e disse
que a prioridade é cuidar dos funcionários. Todos foram retirados da
unidade.
O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy emitiu uma declaração dizendo que a “a República nunca vai ceder à barbárie terrorista”.
No Twitter, o líder do partido
socialista Jean-Christophe Cambadélis pediu união e disse para o povo
francês não deve se render ao medo.
O atentado vem quase seis meses após os
ataques islâmicos contra o jornal satírico francês “Charlie Hebdo” e
contra um mercado de produtos judaicos em Paris, que mataram 17 pessoas.
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário