terça-feira, 30 de junho de 2015

Hospital do RN utiliza larvas de mosca para tratamento de feridas. Profissionais e pesquisadores do CB/UFRN estão utilizando larvas de moscas em pacientes do Hospital Universitário como terapia em ferimentos de difícil cicatrização

PIONEIRISMO
 
Divulgação
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A Universidade Federal do Rio Grande do Norte é pioneira no Brasil no uso do Desbridamento Biológico em humanos, termo técnico utilizado pelos profissionais para a aplicação intencional de larvas de moscas em ferimentos de difícil cicatrização. Desde 2011, o projeto “Uso da Terapia Larval no tratamento de úlceras de difícil cicatrização em pacientes no Hospital Universitário Onofre Lopes”, é desenvolvido por uma equipe do Departamento de Microbiologia e Parasitologia do Centro de Biociências da UFRN.

A coordenadora do projeto e professora do CB/UFRN, Renata Antonaci Gama, enfatizou que a aplicação em humanos é pioneira no Brasil, porém é utilizada comumente nos hospitais dos Estados Unidos, Europa e alguns países da América Latina.

O desbridamento biológico consiste na utilização de larvas estéreis de moscas criadas em laboratório sobre úlceras crônicas com a presença de tecido morto, na finalidade de otimizar a cicatrização destas lesões. Após a captação dos insetos no meio ambiente, manutenção do mesmo em laboratórios, poedura e esterilização dos ovos, as larvas são encaminhas ao hospital onde são aplicadas sobre as úlceras.

Elas são necrobiontófagas, isto é, alimentam-se de tecidos mortos de um animal vivo. Atualmente são utilizadas duas espécies: a Chrysomya Putoria e Chrysomya Megacephala. “Elas auxiliam na cicatrização alimentando-se somente de tecido necrosado, pus e bactérias, preservando a parte saudável do ferimento”, explicou Renata.

As larvas são colocadas e mantidas na ferida durante 48 horas. Nesse período, ingerem a parte morta, pus e bactérias que, ao passar pelo sistema digestório, morrem. Adicionalmente, nesse processo, ao se locomoverem sobre a lesão, liberam amônia e proteínas cicatrizantes que matam as bactérias, estimulando a cicatrização.

Este projeto teve início em 2011, obtendo excelentes resultados nos pacientes que receberam a terapia larval. Logo, muitos fatores comprovaram o procedimento como uma alternativa viável, tanto do ponto de vista econômico quanto científico no tratamento de feridas e um importante aliado na diminuição das amputações. “Nossa expectativa é conseguir financiamento para cultivar larvas em larga escala” afirmou a pesquisadora Renata.

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