• A câmara Municipal de Natal realizou ontem, (27), sessão solente comemorativa ao centenário do ex-prefeito de Natal, Djalma Maranhão, morto no exílio no Uruguai, depois de ter sido perseguido pela ditadura militar brasileira. 
    "Celebrar o aniversário de 100 anos do prefeito que, com seu compromisso social e capacidade de gestão, gravou seu nome na história política da cidade de Natal". Foi com essa frase que a Câmara Municipal de Natal, através do vereador Hugo Manso (PT), iniciou a solenidade.
    O evento contou com a presença do Presidente da Câmara, vereador Franklin Capristrano (PSB), do Deputado Estadual Fernando Mineiro (PT) e de representantes de várias entidades do poder público e sociedade civil organizada como Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDHMP), UFRN, Assembleia Legislativa do RN que desenvolvem trabalhos e iniciativas em função da preservação da memória e legado do ex-prefeito.
    Na ocasião foram exibidos vídeos e documentos impressos com informações sobre as principais iniciativas de Djalma no periódo em que esteve a frente do Executivo de Natal como o programa de educação popular "De Pé no Chão Também se Aprende a Ler", que visou erradicar o analfabetismo na capital potiguar, e a reforma tributária que quadruplicou a arrecadação municipal, livrando dos tributos os pequenos contribuintes.
    "O caráter visionário de Djalma é tão marcante que, nos anos 60, veja só, ele já falava em transporte intermodal. A transferência da rodoviária para o Centro da cidade teve essa intenção. Sem falar no "De Pé no Chão se Aprender a Ler" que é um caso a parte e tirou da sombra do analfabetismo cerca de 25 natalenses através da metodologia educação popular de Paulo Freire", comentou Hugo Manso, propositor da solenidade e presidente da Comissão da Câmara Municipal que cuida da programação do centenário.
    Ana Maria Maranhão, filha de Djalma, que reside no Rio de Janeiro, também esteve presente na solenidade. "Mesmo exilado no Uruguai, onde faleceu em 1971, meu pai nunca esqueceu de Natal, cidade pela qual morria de amores. Escrevia cartas para todos seus amigos que continuavam aqui. Darcy Ribeiro, que era seu companheiro de exílio, disse que ele morreu de saudades. Eu concordo".
    Vários dos seus auxiliares dos tempos de Prefeitura e outros contemporâneos participaram da sessão solene. "Ele era um gestor obstinado. Não esmorecia facilmente. Dizia que só educação liberta o povo", lembrou Aldo Tinôco, que trabalhou com Maranhão entre 1960 e 1964.
    Depois da sessão solene acontecerá na praça André de Albuquerque, a partir das 16h, um evento multicultural com apresentações artísticas e uma mostra de fotos sobre Djalma Maranhão.
    fonte:AgoraRN