As obras de esgotamento sanitário realizadas em Natal desde em
maio passado e com prazo de dois anos para serem concluídas irão deixar
a capital 100% saneada. A expectativa é do Governo do Estado e da
Companhia de Águas e Esgoto do Rio Grande do Norte (Caern). Atualmente,
36% da cidade tem sistema de tratamento de esgotos. A meta é atingir a
cobertura total de 1,2 milhões de natalenses até 2017. O investimento
total é de R$ 504 milhões, oriundos do Ministério das Cidades.
O
trabalho foi dividido por lotes, sendo dois na região Norte e outros
dois na Sul, que integra os bairros das zonas Sul, Leste e Oeste da
capital. A primeira parte é de instalação da rede coletora
correspondente às tubulações ao longo das vias, cujo trabalho chegou a
21% de execução.
“Esse é o processo de
interligação com as tubulações, que visam retirar o esgoto dos
domicílios para as estações”, explica o coordenador do Grupo de
Acompanhamento de Obras Especiais da Caern (GAO), engenheiro Paulo
Eduardo Vieira Cunha.
// Paulo Cunha: coordenador do Grupo de Obras da Caern
Segundo
ele, está prevista a instalação de mil quilômetros de tubulação, o que
seria praticamente a distância entre Natal e Salvador, capital baiana.
“Estamos com uma média de execução de dez a 11 quilômetros por semana”,
acrescenta. Ainda de acordo com ele, as demais etapas da obra só podem
ser iniciadas quando a rede coletora for concluída.
As
obras na região Sul estão ocorrendo nos bairros de Candelária, Capim
Macio, Lagoa Nova, Ponta Negra, Neópolis, Dix-Sept Rosado, Pitimbu,
Felipe Camarão, Guararapes, Planalto, Parque das Dunas, Cidade Nova. E o
esgoto coletado será tratado na Estação de Tratamento de Esgotos
Jundiaí/Guarapes a ser construída.
Já as obras da
região Norte estão concentradas em todos os bairros da localidade, o que
vai beneficiar aproximadamente 302 mil habitantes. Atualmente a área
conta com apenas 3% de cobertura e tem obras espalhadas nos bairros de
Santa Catarina, Soledade, Potengi, Igapó, Pajuçara e Redinha.
A
previsão da Caern é que 2016 comece a construção das estações
elevatórias de tratamento de esgoto. No lote Norte, por exemplo, serão
seis. Também chamadas de estação de bombagem, estes equipamentos são
usadas quando as águas residuais têm que ser deslocadas de um nível
baixo para um mais elevado, para que possam fluir pela tubagem do
sistema de rede de esgotos ou quando a topografia não permite a ação da
gravidade. São providas de bombas hidráulicas e tanques que elevam a
pressão do líquido presente no sistema de captação.
A
última etapa do serviço será a instalação das Estações de Tratamento de
Esgoto (ETE). Serão duas: a Jundiá Guarapes, que englobará zona Oeste e
Zona Sul e a Jaguaribe, na zona Norte. A zona Leste já possui uma ETE.
O
início dessa fase da obra ainda esbarra em questões de terreno e
licenciamento ambiental. “Os terrenos são nossos, mas temos alguns
posseiros e já estamos resolvendo isso, ao passo que estamos esperando a
licença de instalação ser liberada pelo Idema (Instituto de
Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente)”, justifica Paulo Eduardo
Vieira Cunha.
Com as ETE’s o esgoto será tratado
para que, em seguida, possa ser devolvido ao meio ambiente de forma que
não altere suas características iniciais. A Caern estuda fazer o
lançamento no rio Potengi. A previsão da companhia é iniciar as
estações em 2016.
A vazão média da estação Sul
será de 1,050 mil litros por segundo e da Norte de 840 litros por
segundo. A tecnologia usada será a mesma utilizada na ETE do Baldo, que
tem capacidade média de vazão de 450 litros por segundo de esgoto e
funciona desde 2011 atendendo mais de 20 bairros da cidade e
beneficiando uma população de 230 mil habitantes.
Obras que ninguém vê, mas trazem benefícios
Mesmo
que sejam importantes, as obras de saneamento são pouco conhecidas por
grande parcela da população, até porque ficam escondidas debaixo da
terra, mas seus reflexos são positivos, sobretudo na saúde das pessoas,
afirma o diretor da Caern, Marcelo Toscano. “Elas trarão mais qualidade
de vida para o potiguar”, assevera.
Segundo dados
da Organização Mundial da Saúde (OMS), 88% das mortes por diarreias no
mundo são causadas pelo saneamento inadequado. A diarreia, por sinal, é a
maior causa de mortes em crianças menores de cinco anos de idade, de
acordo com estudos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Com
o atendimento de 100% dos domicílios, explica Marcelo Toscano, o
município de Natal terá redução nos gastos com saúde. “As melhorias
serão percebidas na saúde, evitando doenças de veiculação hídrica, mas
também teremos melhorias no turismo, já que não teremos água servida
lançada nas ruas”, afirma.
Cronograma de obras novembro/dezembro
Período 20/11/15 à 20/12/15 4 ruas – Nova Cidade;
2 ruas – Mirassol;
41 ruas – Candelária;
57 ruas – Lagoa Nova;
10 ruas – Potilândia;
13 ruas – Pitimbu;
22 ruas – Ponta Negra;
23 ruas – Capim Macio;
15 ruas – Guarapes;
22 ruas – Planalto;
73 ruas – Pajuçara;
76 – Potengi
Total de ruas em obras: 358 ruas.
fonte:Novo
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