segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Caso Kim Jong-nam: ministérios norte-coreanos planejaram morte. Serviço secreto da Coreia do Sul afirmou nesta segunda-feira que oficiais norte-coreanos arquitetaram morte de meio-irmão do ditador da Coreia do Norte

COREIA DO NORTE
A agência de inteligência da Coreia do Sul afirmou nesta segunda-feira acreditar que autoridades ligadas a dois ministérios da Coreia do Norte planejaram a morte de Kim Jong-nam. Em um discurso transmitido pela televisão, o parlamentar Kim Byung-kee afirmou que oficiais dos ministérios de relações exteriores e segurança nacional recrutaram as mulheres indonésias envolvidas no assassinato do meio-irmão do ditador da Coreia do Norte, que morreu devido ao VX, um potente agente nervoso, considerado pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), uma arma de destruição em massa.

“O assassinato de Kim Jong-Nam foi um ato de terror sistemático ordenado por Kim Jong-Un. A operação foi conduzida por dois grupos responsáveis pelo assassinato e um outro de suporte”, afirmou em seu discurso Kim Byung-kee, que recebeu as informações do serviço secreto sul-coreano, segundo a CNN.

De acordo com informações dadas a jornalistas, entre os suspeitos de planejar a morte de Kim Jong-nam, seis são ligados a ministérios da Coreia do Norte. “Entre os oito suspeitos no caso, quatro são do ministério de segurança nacional e dois, que agiram diretamente, são do ministério de relações exteriores”, disse o parlamentar Lee Cheol-woo a repórteres, segundo a Reuters.

Morte de Kim Jong-nam

Segundo resultados da autópsia feitos pela Malásia, Kim Jong-Nam sofreu paralisia provocada pelo VX e morreu cerca de vinte minutos depois de ser atacado no aeroporto de Kuala Lumpur, em 13 de fevereiro.

Duas mulheres, uma indonésia e uma vietnamita, que teriam jogado a substância em Kim Jong-Nam foram detidas, assim como um norte-coreano. A polícia da Malásia também quer interrogar outros sete norte-coreanos, incluindo um diplomata da embaixada da Coreia do Norte em Kuala Lumpur, mas quatro deles fugiram da Malásia no dia do assassinato.

Nas imagens das câmeras de segurança do aeroporto é possível observar duas mulheres que se aproximam de Kim Jong-nam pelas costas. Uma delas joga algo no rosto da vítima.

As duas detidas alegam que foram enganadas – a Indonésia disse ter recebido o equivalente a 280 reais para participar de uma “pegadinha” para um programa de TV – e que não sabiam o que faziam. Depois do assassinato uma das suspeitas ficou doente, com episódios de vômito, informou a polícia.

O VX é uma versão mais letal do gás sarin, extremamente tóxico. Os agentes nervosos agem com o estímulo excessivo das glândulas e dos músculos, o que cansa rapidamente as vítimas e ataca a respiração. De acordo com o ministro da Saúde, as causas da morte estão agora “mais ou menos confirmadas”.

Durante a madrugada de domingo, as equipes de defesa civil da Malásia, com trajes de proteção, rastrearam minuciosamente o local do crime, não encontraram nada e declararam que o aeroporto é uma área segura.

(Veja.com)

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