quarta-feira, 8 de julho de 2020

Carnaval de Rua do Rio só deve acontecer se vacina contra coronavírus for descoberta. Ligas e blocos condicionam desfiles de 2021 ao surgimento da vacina contra o coronavírus. Já a Riotur diz que ainda não é possível falar em definição

PANDEMIA DE COVID-19
 Bloco das Carmelitas, em Santa Teresa
 Bloco das Carmelitas, em Santa Teresa - Estefan Radovicz / Agencia O Dia

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Rio - O Carnaval de Rua do Rio em 2021 está ameaçado por conta da pandemia e pode não acontecer. As ligas de blocos Sebastiana, Amigos do Zé Pereira, Carnafolia, Liga João Nogueira, Sambare e Coreto, e de grandes blocos como Bola Preta, Bloco da Anitta, Fervo da Ludmila e Monobloco afirmaram que só irão colocar o bloco na rua caso uma vacina contra o coronavírus seja descoberta até lá. As informações foram divulgadas pela colunista Rita Fernandes, da Veja Rio. 

“Se não surgir [a vacina], não tem conversa, o Bola não sai. Seria muita irresponsabilidade”, declarou o presidente do tradicional Cordão da Bola Preta, Pedro Ernesto, à publicação. Ainda de acordo com Pedro, eles cogitam em desfilar em outra data fora do Carnaval. 
 
Já o médico, diretor da liga Sebastiana e presidente do bloco Suvaco de Cristo, João Avelleira, alerta que alguns fatores serão levados em conta para a tomar a decisão de desfilar ou não. ”Vamos analisar se chegaremos ao final do ano com um grande número de infectados [para isso será necessária uma grande quantidade de testes]. Se sim, a possibilidade de contato com alguém doente diminui, mesmo no Carnaval, mas é preciso saber o tempo que dura a imunidade”, pondera.

Entre setembro e outubro, período em que se espera ter uma panorama mais definido, as lideranças irão se reunir para conversar e bater o martelo.
 
Já a Riotur, órgão responsável pela organização e infraestrutura do carnaval, informou que estão acompanhando a evolução do controle da pandemia, mas que ainda não é possível falar em definição sobre o Carnaval de 2021. 
 
"Vale lembrar ainda que o carnaval é um feriado nacional e envolve outras esferas, e não apenas a municipal, e, no carnaval de rua, envolve também as ligas representantes dos blocos. Além disso, a discussão sobre esse assunto também deve estar de acordo com o Protocolo de Intenções, assinado entre a Riotur, o Ministério Público e diversos outros órgãos públicos, afim de ordenar e melhorar o planejamento do carnaval de rua da cidade. Trata-se, portanto, de uma questão muito ampla, com vários atores envolvidos.  Uma decisão sobre este assunto, claro, deve ser tomada em conjunto, sempre baseada em estudos científicos que garantam a segurança de todos. Este cenário, ainda inconclusivo quanto ao futuro desta pandemia, dificulta previsões”, disse o órgão em nota. 

Essa não é a primeira vez que o Rio enfrenta esse tipo de impasse. Em 1918, a cidade passou por uma pandemia de Gripe Espanhola, que vitimou mais de 15 mil pessoas. Após superar a doença, a cidade registrou uma dos seus maiores carnavais no ano seguinte, 1919. 
 
 
(Por O Dia) 

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