VICE-PRESIDENTE
O que está na mira do Supremo e, talvez, do TSE é a validade da chapa Bolsonaro-Mourão - AFP
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira, 6, que o
sistema político brasileiro, com muitos partidos, implica uma aliança
com o bloco Centrão. Em live do Banco Credit Suisse Brasil, Mourão
justificou a aproximação do governo com o grupo de cerca de 200
deputados que compõem os partidos do centro.
"Enquanto permanecer
com sistema político com essa quantidade de partidos qualquer governo
terá que trazer para o bojo de suas ideias esse grupo de partidos de
centro", afirmou. Segundo ele, um Congresso "multifacetado", com mais de
25 partidos, exige alianças como a feita com o Centrão.
A
postura inicial do governo Bolsonaro negava essa estratégia e apostava
na aliança com frentes parlamentares, como as bancadas rural, da bala, e
evangélica. Os grupos, contudo, são compostos por diferentes partidos
que só se alinham em relação aos temas específicos de frente, informou
Mourão.
"O governo, os senhores sabem, iniciou com uma visão
talvez idílica, vou ser aqui bem sincero, que por meio das bancadas
temáticas teríamos relacionamento eficiente com o Congresso", disse.
Sobre a adesão ao "toma lá da cá" de cargos de troca de cargos por apoio
no parlamento, Mourão afirmou: "O partido que quer estar junto do
governo quer participar e a participação se faz dessa forma".
Ele
destacou que o recém nomeado ministro das Comunicação, Fábio Faria,
antes deputado pelo PSD, faz bem a ponte de relação com o parlamento,
junto ao ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. Para o
vice-presidente, é um "pleonasmo" falar em presidencialismos de
coalizão. "O presidencialismo só pode ser de coalizão, se não houver
coalizão o presidente não governa", afirmou.
Mourão disse que o
Congresso tem um perfil reformista e aproximação com o Centrão
facilitará a aprovação de reformas, como é o caso a tributária e a
administrativa. Ele mencionou ainda que é necessário também um trabalho
mais próximo e integrado junto aos governadores.
(Por:Estadão Conteúdo)
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