segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Witzel e ex-secretário planejavam comprar rádio do Rio, diz delator. Edmar Santos contou aos procuradores que objetivo da compra da rádio seria 'exponenciar o potencial político' do governador

 GOVERNO DO RIO

 

 O ex-secretário Lucas Tristão (à esquerda) e o governador Wilson Witzel Divulgação/VEJA.com

Em sua delação premiada, o ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro Edmar Santos revelou a intenção que o governador afastado Wilson Witzel e seu braço-direito, o ex-secretário Lucas Tristão, tinham de comprar uma popular rádio do estado — o objetivo seria “exponenciar o potencial político”. 

Segundo trechos presentes no acordo de colaboração premiada firmado entre Edmar e a PGR, Witzel e Tristão tinham o objetivo de adquirir a Rádio Tupi, “como forma de exponenciar o potencial político da organização criminosa para as futuras eleições”. Essa compra se daria com o apoio do empresário Mário Peixoto, preso pela Operação Favorito.

“Que, além de pedir os R$ 50.000.000,00 restantes, Witzel e Tristão explicam a importância do repasse para o Governo, informando que o valor retornaria para o grupo para a compra da RADIO TUPI, que teria um enorme potencial político para o grupo para as futuras eleições;  Que Witzel e Tristão explicaram que a compra se daria por meio de alguma das empresas de MARIO PEIXOTO”, disse o delator.

Edmar contou ainda que, como não havia mais recursos no final de 2019, os valores foram repassados no começo de 2020 em algumas parcelas quebradas: “R$ 25.000.000,00, R$ 10.000.000,00 e R$ 15.000.000,00,”.

A PGR diz que “importantes provas de corroboração dos relatos” de Edmar foram obtidas a partir das investigações da “Operação Favorito” — é o caso do contato identificado no celular de um dos operadores financeiros de Peixoto como “Cleisson Rádio Tupi”.

 

(Por Mariana Muniz/Radar)

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