sábado, 5 de setembro de 2020

Bolívia denuncia Morales por crimes contra a humanidade. Denúncia responsabiliza ex-presidente pelas mortes de ao menos 40 doentes por falta de oxigênio medicinal devido a bloqueios em estradas

 POLÍTICA INTERNACIONAL

 Evo Morales, ex-presidente da Bolívia Foto: Divulgação

O Estado boliviano denunciou nesta sexta-feira (4) o ex-presidente Evo Morales ao Tribunal Penal Internacional, na cidade holandesa de Haia, por crimes contra a humanidade.

A denúncia responsabiliza Morales pelas mortes de ao menos 40 doentes por falta de oxigênio medicinal devido a bloqueios em estradas durante protestos ocorridos em agosto na Bolívia, segundo a Procuradoria-Geral.

No documento apresentado ao tribunal, o Estado solicita uma investigação para determinar e sancionar os autores do que considera um crime contra a humanidade, que “provocou o sofrimento de populações afetadas e derivou a morte de ao menos quarenta pacientes por falta de atendimento médico”.

A Procuradoria afirmou em comunicado que “o foragido da justiça boliviana” Evo Morales é acusado de “atos desumanos”, culpando-o pelas consequências desses protestos durante 12 dias consecutivos no início de agosto contra o adiamento das eleições bolivianas de setembro para outubro.

– Este crime foi cometido através de cercas nas diferentes cidades do país e bloqueios de estradas, [que] impediram a passagem de alimentos, oxigênio medicinal, circulação de ambulâncias, médicos e paramédicos que eram essenciais para atender à emergência sanitária gerada pela pandemia do coronavírus – acrescentou.

Também apresentada denúncia contra Juan Carlos Guarachi, secretário executivo da Central dos Trabalhadores Boliviana, como “principal colaborador”.

As mobilizações foram convocadas por organizações como este sindicato, que se recusou a permitir a passagem de pessoas e material médico, enquanto o governo interino do país considera que foram os protestos foram instigados por Morales, que está na Argentina, e já o denunciou ao Ministério Público boliviano por crimes como genocídio.

O procurador-geral da Bolívia, José María Cabrera, apresentou a denúncia em Haia, onde se encontrou com a procuradora-geral do Tribunal, Fatou Bensouda, de acordo com um comunicado.

– A impunidade não pode prevalecer. Os abusos de poder mais perversos que têm sido cometidos na Bolívia não podem ficar impunes – escreveu a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, no Twitter.

 

 

(Com informações da Agência EFE)

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