sábado, 19 de setembro de 2020

Complexo da Rampa será entregue em dezembro

 RAMPA

Governo do Estado afirmou que irá pressionar construtora responsável pela obra para acelerar trabalhos a partir deste mês

 Governo do Estado afirmou que irá pressionar construtora responsável pela obra para acelerar trabalhos a partir deste mêsPrédios principais estão com estrutura quase pronta, restando instalações elétricas, diz governo

 Prédios principais estão com estrutura quase pronta, restando instalações elétricas, diz governo

 Inaugurado oficialmente em 2018 sem as obras terem sido concluídas, o Complexo Cultural da Rampa, localizado no bairro de Santos Reis em Natal, deverá ter as intervenções concluídas em dezembro deste ano. De acordo com a Secretaria de Estado da Infraestrutura (SIN/RN), elas foram pausadas entre setembro de 2019 e janeiro deste ano por falta de recursos referentes à parte que cabe ao Estado para concluí-las. Em fevereiro, os serviços foram retomados, porém, em ritmo mais lento. À época da inauguração, as obras do Complexo estavam apenas 55% concluídas.

O Complexo conta com duas estruturas principais: a do Museu da Rampa, que pretende contar a história do papel desempenhado por Natal durante a Segunda Guerra Mundial, e o Memorial do Aviador, que busca destacar a importância do posicionamento da cidade para a criação do Correio Aéreo da América do Sul, que interligava Europa, África e América Latina no século passado. Inicialmente orçada em R$ 7,6 milhões, com recursos advindos do Ministério do Turismo e contrapartida de R$ 1 milhão pelo Estado, em 2013, a obra acabou ficando R$ 1,4 milhão mais cara após reajuste realizado em 2020. 

De acordo com a SIN, o Estado já quitou todas as pendências, e “passou a pressionar a construtora responsável pela obra [Ramalho Moreira] para retomar os trabalhos normalmente”. A previsão é de que, ao longo deste mês de setembro, o ritmo dos trabalhos volte à normalidade, e que ela seja totalmente concluída até dezembro.

Em termos de estruturas, faltam ainda a construção de um píer e um deck, que avançam sobre o Rio Potengi. Já os dois prédios que vão ocupar o Museu da Rampa e o Memorial do Aviador estão “praticamente concluídos”, de acordo com a Secretaria, faltando “apenas alguns detalhes, como luminárias e algumas instalações elétricas”. 

Quando foi inaugurado em 2018, a reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve no local e constatou que, na área onde funcionaria o Museu da Rampa e os demais serviços, como café e bar, tinha apenas a sala de exposições temporárias concluída. Ao todo, o Complexo terá 2,8 mil metros quadrados de área construída e 13 mil metros quadrados no total. Ele contará com duas salas de exposições no Museu, bar temático, café, loja de lembrancinhas, banheiro, mirante no pavimento superior onde funcionava a antiga torre de observação, na década de 1940, e um espaço externo para contemplação do Rio Potengi, com o deck e o píer que ainda serão construídos. 

Desinteresse
Membro da antiga Fundação Rampa, que reunia pesquisadores com interesse na atuação de Natal na Segunda Guerra Mundial, Leonardo Dantas contou que o aparato seria importante para o resgate da história da cidade. “Seria um equipamento turístico importante para o nosso Estado, inclusive como forma para resgatar essa história. Tem relevância para a cidade e para o turismo”, afirmou. 

A Fundação, que acompanhou o processo de construção do Complexo desde 2013, foi dissolvida em 2019, e o acervo foi distribuído entre os respectivos proprietários colecionadores. “Nós catalogamos cerca de 800 itens. Medalhas, insígnias, documentos… também havia coisas maiores, trazidas da Europa, como macacões e fardas da época”, relatou Leonardo Danta. Tudo foi adquirido por iniciativa própria dos membros. 
“Até 2003, o prédio era da Fundação Rampa, porque havia um convênio com a FAB [Força Aérea Brasileira]. Em 2009, a União passou esse prédio para o Estado, então deixamos de estar vinculados desde esse período”, explicou o pesquisador. O grupo, então, passou a focar nos trabalhos de pesquisa e catalogação das peças. 

“Até 2019, tentávamos chegar a um acordo com o Governo do Estado para manter o acervo lá dentro. Como o prédio não ficou pronto, houve um cansaço muito grande em relação às negociações. Em nosso entendimento, não houve interesse do Estado também em nosso acervo, então acabamos dissolvendo a Fundação”, confirmou. Parte do material, segundo ele, foi levado para Parnamirim, para o Centro Cultural Trampolim da Vitória. Outra parte, ficou com os pesquisadores. 

Aproveitamento
Sem dar maiores detalhes de como a estrutura será utilizada para fomentar o turismo histórico do Rio Grande do Norte, a Secretaria de Estado do Turismo informou que, em parceria com a  Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur),  acompanha “de perto todo o processo da obra do Museu da Rampa e do Memorial do Aviador, um equipamento importante por seu valor histórico”.  

“O  projeto museológico está em fase de conclusão, estamos em diálogo com as embaixadas envolvidas (EUA/França) e empresas nacionais que tenham interesse em apoiar a temática. Quando for entregue, vai fomentar o turismo na capital criando novas opções de roteiros, além de atrair os turistas de outros países como Estados Unidos e França", disse Ana Maria da Costa, secretária de Turismo do RN, em nota à TRIBUNA DO NORTE via assessoria.


Linha do tempo
2000 - 2005 - O local estava aberto e funcionava como museu, organizado pela Fundação Rampa
2011 - Projeto é apresentado ao público pela Secretaria de Turismo. À época, Rosalba Ciarlini era Governadora do Estado
2012 - Governo firma convênio no valor de R$ 8 milhões com a Prodetur/NE
2013 - Secretaria de Infraestrutura abre edital para propostas de empresas interessadas em assumir a obra, que tiveram início em junho daquele ano
2014 - A necessidade de fazer ajustes técnicos levam à primeira interrupção da obra
2017 - Após três anos parada, o Ministério do Turismo garante o envio dos recursos para dar continuidade à construção do Complexo
2018 - Com 55% das obras concluídas, o Complexo é inaugurado pelo governador Robinson Faria
2019 - Obras são paralisadas em setembro por falta de recursos referentes à contrapartida do Estado
2020 - Obras são retomadas em fevereiro, em ritmo mais lento. Estado quita as pendências com a empresa e espera concluir até dezembro.
 
 

(Fonte: Tribuna do Norte)

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