RAMPA

Governo do Estado afirmou que irá pressionar construtora responsável pela obra para acelerar trabalhos a partir deste mês
Prédios principais estão com estrutura quase pronta, restando instalações elétricas, diz governo
Inaugurado oficialmente em 2018 sem as obras terem sido concluídas, o
Complexo Cultural da Rampa, localizado no bairro de Santos Reis em
Natal, deverá ter as intervenções concluídas em dezembro deste ano. De
acordo com a Secretaria de Estado da Infraestrutura (SIN/RN), elas foram
pausadas entre setembro de 2019 e janeiro deste ano por falta de
recursos referentes à parte que cabe ao Estado para concluí-las. Em
fevereiro, os serviços foram retomados, porém, em ritmo mais lento. À
época da inauguração, as obras do Complexo estavam apenas 55%
concluídas.
O Complexo conta com duas estruturas principais: a do Museu da Rampa,
que pretende contar a história do papel desempenhado por Natal durante a
Segunda Guerra Mundial, e o Memorial do Aviador, que busca destacar a
importância do posicionamento da cidade para a criação do Correio Aéreo
da América do Sul, que interligava Europa, África e América Latina no
século passado. Inicialmente orçada em R$ 7,6 milhões, com recursos
advindos do Ministério do Turismo e contrapartida de R$ 1 milhão pelo
Estado, em 2013, a obra acabou ficando R$ 1,4 milhão mais cara após
reajuste realizado em 2020.
De acordo com a SIN, o Estado já quitou todas as pendências, e “passou a
pressionar a construtora responsável pela obra [Ramalho Moreira] para
retomar os trabalhos normalmente”. A previsão é de que, ao longo deste
mês de setembro, o ritmo dos trabalhos volte à normalidade, e que ela
seja totalmente concluída até dezembro.
Em termos de estruturas, faltam ainda a construção de um píer e um
deck, que avançam sobre o Rio Potengi. Já os dois prédios que vão ocupar
o Museu da Rampa e o Memorial do Aviador estão “praticamente
concluídos”, de acordo com a Secretaria, faltando “apenas alguns
detalhes, como luminárias e algumas instalações elétricas”.
Quando
foi inaugurado em 2018, a reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve no
local e constatou que, na área onde funcionaria o Museu da Rampa e os
demais serviços, como café e bar, tinha apenas a sala de exposições
temporárias concluída. Ao todo, o Complexo terá 2,8 mil metros quadrados
de área construída e 13 mil metros quadrados no total. Ele contará com
duas salas de exposições no Museu, bar temático, café, loja de
lembrancinhas, banheiro, mirante no pavimento superior onde funcionava a
antiga torre de observação, na década de 1940, e um espaço externo para
contemplação do Rio Potengi, com o deck e o píer que ainda serão
construídos.
Desinteresse
Membro
da antiga Fundação Rampa, que reunia pesquisadores com interesse na
atuação de Natal na Segunda Guerra Mundial, Leonardo Dantas contou que o
aparato seria importante para o resgate da história da cidade. “Seria
um equipamento turístico importante para o nosso Estado, inclusive como
forma para resgatar essa história. Tem relevância para a cidade e para o
turismo”, afirmou.
A Fundação, que acompanhou
o processo de construção do Complexo desde 2013, foi dissolvida em
2019, e o acervo foi distribuído entre os respectivos proprietários
colecionadores. “Nós catalogamos cerca de 800 itens. Medalhas,
insígnias, documentos… também havia coisas maiores, trazidas da Europa,
como macacões e fardas da época”, relatou Leonardo Danta. Tudo foi
adquirido por iniciativa própria dos membros.
“Até 2003, o prédio era da Fundação Rampa, porque havia um convênio
com a FAB [Força Aérea Brasileira]. Em 2009, a União passou esse prédio
para o Estado, então deixamos de estar vinculados desde esse período”,
explicou o pesquisador. O grupo, então, passou a focar nos trabalhos de
pesquisa e catalogação das peças.
“Até 2019,
tentávamos chegar a um acordo com o Governo do Estado para manter o
acervo lá dentro. Como o prédio não ficou pronto, houve um cansaço muito
grande em relação às negociações. Em nosso entendimento, não houve
interesse do Estado também em nosso acervo, então acabamos dissolvendo a
Fundação”, confirmou. Parte do material, segundo ele, foi levado para
Parnamirim, para o Centro Cultural Trampolim da Vitória. Outra parte,
ficou com os pesquisadores.
Aproveitamento
Sem
dar maiores detalhes de como a estrutura será utilizada para fomentar o
turismo histórico do Rio Grande do Norte, a Secretaria de Estado do
Turismo informou que, em parceria com a Empresa Potiguar de Promoção
Turística (Emprotur), acompanha “de perto todo o processo da obra do
Museu da Rampa e do Memorial do Aviador, um equipamento importante por
seu valor histórico”.
“O projeto museológico
está em fase de conclusão, estamos em diálogo com as embaixadas
envolvidas (EUA/França) e empresas nacionais que tenham interesse em
apoiar a temática. Quando for entregue, vai fomentar o turismo na
capital criando novas opções de roteiros, além de atrair os turistas de
outros países como Estados Unidos e França", disse Ana Maria da Costa,
secretária de Turismo do RN, em nota à TRIBUNA DO NORTE via assessoria.
Linha do tempo
2000 - 2005 - O local estava aberto e funcionava como museu, organizado pela Fundação Rampa
2011 - Projeto é apresentado ao público pela Secretaria de Turismo. À época, Rosalba Ciarlini era Governadora do Estado
2012 - Governo firma convênio no valor de R$ 8 milhões com a Prodetur/NE
2013
- Secretaria de Infraestrutura abre edital para propostas de empresas
interessadas em assumir a obra, que tiveram início em junho daquele ano
2014 - A necessidade de fazer ajustes técnicos levam à primeira interrupção da obra
2017
- Após três anos parada, o Ministério do Turismo garante o envio dos
recursos para dar continuidade à construção do Complexo
2018 - Com 55% das obras concluídas, o Complexo é inaugurado pelo governador Robinson Faria
2019 - Obras são paralisadas em setembro por falta de recursos referentes à contrapartida do Estado
2020
- Obras são retomadas em fevereiro, em ritmo mais lento. Estado quita
as pendências com a empresa e espera concluir até dezembro.
(Fonte: Tribuna do Norte)
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