EX PREFEITO SE PRONUNCIA

Eduardo Paes - Reprodução / Facebook
Rio - Na denúncia contra o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), aceita pela Justiça Eleitoral nesta terça-feira,
o Ministério Público Eleitoral o acusa de receber R$ 10,8 milhões em
vantagens indevidas da Odebrecht por meio de caixa 2. De acordo com o
MP, a quantia foi destinada para financiar a campanha eleitoral de
reeleição à Prefeitura do Rio de Janeiro no ano de 2012.
Ainda segundo o órgão, além do ex-prefeito, foram
denunciados o deputado federal Pedro Paulo e os empresários Benedicto
Barbosa da Silva Junior, Leandro Andrade Azevedo, Renato Barbosa
Rodrigues Pereira e de Eduardo Bandeira Villela.
De acordo com as investigações, entre os dias 4 de
junho e 19 de setembro de 2012, Eduardo Paes recebeu, em razão do
exercício do cargo de prefeito do Município do Rio de Janeiro, vantagens
indevidas totalizando R$ 10,8 milhões, que foram pagas por Benedicto
Barbosa Da Silva Junior e Leandro Andrade Azevedo, executivos do Grupo
Odebrecht.
Os valores foram recebidos indiretamente, por
intermédio de Renato Barbosa Rodrigues Pereira e de Eduardo Bandeira
Villela, sócios da Prole Serviços de Propaganda, que receberam
sucessivas entregas de dinheiro em espécie, visando a custear, de forma
dissimulada, a campanha eleitoral em que o então prefeito buscava sua
reeleição.
A denúncia é resultado do desmembramento de um
inquérito instaurado em abril de 2017 perante o Supremo Tribunal Federal
(STF), para apurar corrupção, lavagem e evasão de divisas, supostamente
praticados nas campanhas eleitorais de 2010, 2012 e 2014, por Paes e
Pedro Paulo, seu principal aliado na política.
Para Ricardo Bruno, do site Agenda do Poder, a
denúncia tem conotações políticas. "Hoje, o Rio de Janeiro novamente se
vê diante de uma nítida tentativa de intromissão indevida e suspeita do
judiciário nas eleições municipais. A operação de busca e apreensão na
casa do ex-prefeito Eduardo Paes, autorizada a 20 dias do início da
campanha, após a homologação de sua candidatura, é um acinte ao processo
democrático e um alerta de que o Congresso Nacional precisa construir
regramentos jurídicos que impeçam a ação espetaculosa do judiciário em
véspera de eleição", escreveu.
Nesta manhã, Paes foi alvo de um mandado de busca e
apreensão em sua casa, em São Conrado, na Zona Sul. O ex-parlamentar foi
denunciado pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção
(Gaeco), junto à 204ª Zona Eleitoral, com mais quatro pessoas. O
ex-prefeito se tornou réu pelos crimes de corrupção, falsidade
ideológica e lavagem de dinheiro. Em meio à impopularidade do prefeito
Marcelo Crivella (Republicanos), Paes é o líder das pesquisas de
intenção de voto para a eleição deste ano na capital fluminense.
Em nota, a assessoria de Paes afirmou que ele está
indignado que tenha sido alvo de uma ação de busca e apreensão "em uma
tentativa clara de interferência do processo eleitoral - da mesma forma
que ocorreu em 2018 nas eleições para o governo do estado".
Ainda segundo a assessoria, a defesa não teve acesso
aos termos da denúncia e assim que tiver detalhes do processo irá se
pronunciar.
@pedropaulo
Uso político de instrumentos da justiça para interferir mais uma vez na eleição. Não nos intimidarão. Ao ter acesso o conteúdo da denúncia, farei a minha defesa no processo.
(Por
O Dia)
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