BRASIL, POLÍTICA
Sergio Moro - AFP
Brasília - O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro foi
intimado a depor nesta sexta-feira, 18, no inquérito do Supremo Tribunal
Federal que apura a organização e financiamento de atos
antidemocráticos. O pedido partiu da Polícia Federal, que também
solicitou oitivas com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador
Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Moro será ouvido na condição
de testemunha no dia 2 de outubro, na Superintendência da Polícia
Federal de Curitiba. A oitiva foi motivada em razão do ex-juiz da Lava
Jato ter ocupado o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública na
época dos fatos solicitados.
Segundo o Estadão apurou, o
depoimento não foi solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR)
- tal como ocorreu com as intimações da PF a Eduardo e Carlos
Bolsonaro.
O inquérito tramita em sigilo no Supremo e já fechou o
cerco sobre deputados, youtubers e influenciadores bolsonaristas. No
último dia 10, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do
presidente Jair Bolsonaro, prestou depoimento no caso.
À PF,
Carlos disse que nunca utilizou verba pública para manter canais perfis
em redes sociais e que não é "covarde ou canalha" para contratar "robôs"
para difundir conteúdo e omitir essa informação, em referência a
programas que criam perfis falsos e compartilham postagem de forma
automatizada.
"Perguntado se se utilizou de robôs para
impulsionamento de informações em redes sociais envolvendo memes ou
trabalhos desenvolvidos pelo governo federal, respondeu que "jamais fui
covarde ou canalha ao ponto de utilizar robôs e omitir essa informação",
disse ele, segundo documento da PF ao qual o Estadão teve acesso.
Em
junho, o relator do inquérito, ministro Alexandre de Moraes, afirmou
que as investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) apontam a
"real possibilidade" de atuação de associação criminosa voltada para a
"desestabilização do regime democrático" com o objetivo de obter ganhos
econômicos e políticos. A observação consta em decisão de quebra de
sigilo decretada pelo ministro no inquérito que apura o financiamento de
atos antidemocráticos.
"Os indícios apresentados na manifestação
apresentada pela Procuradoria-Geral da República confirmam a real
possibilidade de existência de uma associação criminosa", escreveu
Moraes, em decisão que autorizou buscas e apreensões contra apoiadores
do governo. O sigilo bancário de dez deputados e um senador, todos
bolsonaristas, já foi quebrado no caso. Carlos e Eduardo não foram alvos
dessas medidas.
Moraes é responsável por um outro inquérito, que
se debruça sobre ameaças, ofensas e fake news disparadas contra
integrantes do STF e seus familiares. Como Moraes é relator dos dois
processos, um inquérito está subsidiando as investigações do outro.
COM A PALAVRA, A DEFESA DO EX-MINISTRO SÉRGIO MORO
"Nesta
6ª feira (18/9), a defesa do ex-ministro Sergio Moro recebeu intimação
para que ele preste depoimento, na condição de testemunha, no âmbito do
inquérito 4828, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). A oitiva é
motivada em razão de ele ter ocupado, à época dos fatos, a titularidade
do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O depoimento deve ocorrer
em 2 de outubro, às 13h, na Superintendência da Polícia Federal (PF) em
Curitiba.
Rodrigo Sánchez Rios, advogado de Sergio Moro"
(Por:Estadão Conteúdo)

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