sábado, 21 de novembro de 2020

Bolsonaro pagou menos jetons que Temer, mas seus ministros ganharam mais. Entre os titulares da Esplanada, quem mais recebeu remuneração extra para participar de conselhos foi Rogério Marinho, que embolsou R$ 238.094 no Sesc

 POLÍTICA  NACIONALO

 O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e o ministro Rogério Marinho Reprodução/Reprodução

Embora o seu governo tenha pago até agora uma média mensal de jetons menor que a de seu antecessor (R$ 1.581.784 contra R$ 2.033.124), Michel Temer, o presidente Jair Bolsonaro privilegiou mais a concessão da remuneração adicional a ministros do que o emedebista.

Na atual gestão, os ministros receberam até agosto – último mês atualizado pelo Portal da Transparência — R$ 577.608 em jetons, que são valores extras pagos para representantes indicados pelo governo para participar de conselhos de autarquias, empresas estatais ou companhias privadas onde a União tem participação societária. O valor, pago ao longo de dezenove meses, corresponde a onze vezes a quantia gasta por Temer no seu governo, em 32 meses.

O ministro de Bolsonaro que mais ganhou jetons foi Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional. Ele recebeu R$ 238.094 para participar de reuniões do conselho fiscal do Sesc (Serviço Social do Comércio). O último jeton, no valor de R$ 21.000, foi pago a ele em julho deste ano. Em outubro, o ministro Paulo Guedes (Economia), de quem Marinho é desafeto, tirou o colega do conselho.

Outro ministro que engordou o orçamento pessoal com a participação em conselhos foi Luiz Henrique Mandetta, que comandou a pasta da Saúde até abril de 2020, quando saiu brigado com o presidente por causa de divergências sobre o combate à pandemia – ele recebeu R$ 193.019 em jetons pagos pelo Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).

Tanto Marinho quando Mandetta aparecem no ranking dos dez servidores públicos que mais receberam jetons no acumulado desde o início da gestão Bolsonaro (veja quadro abaixo).

Até julho deste ano, também recebiam jetons outros dois ministros de Bolsonaro: Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) recebia cerca de R$ 6.600 mensais da Amazul (Amazônia Azul Tecnologias de Defesa) e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Bento Albuquerque (Minas e Energia), que é almirante de esquadra, recebe R$ 3.248 mensais da EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

(Com reportagem de Cecília do Lago)

 

SERVIDORES QUE MAIS RECEBERAM NA GESTÃO BOLSONARO

Chart

Fonte: Portal da Transparência do governo federal
 
 
 
 
(Por:Radar) 

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