PRESO POR ASSÉDIO
Victor Sorrentino foi preso após postar nos stories de seu Instagram um vídeo em que assediava uma vendedora local
São Paulo - A família do médico brasileiro Victor
Sorrentino, preso no Cairo após assediar verbalmente uma vendedora
muçulmana, divulgou nesta quinta-feira (3), uma carta com um pedido de
desculpas em inglês e árabe à vítima e ao Estado do Egito. O texto foi
publicado na conta de Instagram da irmã do médico, Patricia Sorrentino, e
assinado por familiares dele e pela esposa, Kamila Monteiro.
"Com
relação aos recentes eventos relacionados ao caso do médico brasileiros
Victor Sorrentino no Egito e aos danos materiais e morais causados a
todos aqueles que foram afetados. Nós, a família de Victor Sorrentino, e
em nome de Vitor, oferecemos um pedido de desculpas oficial à vítima,
sua família e a todos aqueles que foram atingidos pelo ocorrido. A todo
amado povo egípcio e a todos os oficiais do Estado do Egito nós
oferecemos nossos sentimentos mais sinceros e nos comprometemos a
reparar todos os danos morais e materiais. Pedimos que aceitem nosso
pedido de desculpas", diz a carta.
Na semana passada, o médico e influenciador postou em
sua conta no Instagram um vídeo em que pergunta a uma vendedora local
em português: "Elas gostam é do bem duro. Comprido também fica legal,
né?". No que a mulher sorri sem graça ao não entender o que o médico
dizia.
O vídeo foi postado e depois apagado no
perfil do médico, com quase 1 milhão de seguidores. Após a repercussão,
Sorrentino apagou o stories, postou outro pedindo desculpas e dizendo
que foi apenas uma "brincadeira", além de ter restringido o acesso ao
perfil, que antes era público. O médico também postou um vídeo em que
diz que "não suporta injustiça, pessoas que não te conhecem falando de
ti".
Victor foi detido no último domingo, 30, no Cairo. A
prisão foi fruto de um movimento iniciado por brasileiros e expandido
por ativistas feministas egípcias. Essa articulação fez com que as
ofensas verbais contra a vendedora de papiros chegassem a autoridades do
país, que agora o acusam formalmente e estenderam a sua prisão.
Ele
foi formalmente acusado de expor a vítima a insinuação sexual verbal,
cuja pena é de 6 meses até 3 anos de prisão e multa não inferior a EGP
5.000 (cerca de R$1.643), ou uma das duas penalidades; transgressão
contra os princípios e valores familiares da sociedade egípcia, com pena
mínima de 6 meses de prisão e multa não inferior a EGP 50.000 (cerca de
R$16.429), ou uma das duas penalidades; violação da santidade da vida
privada da vítima e uso de conta digital privada para cometer esses
crimes, ambas acusações também sujeitas a pena mínima de 6 meses de
prisão e multa não inferior a EGP 50.000, ou uma das duas penalidades.
Se acusado de assédio sexual, o médico também pode ser condenado a um
mínimo de 6 meses até 3 anos de prisão e multa não inferior a EGP 3.000
EGP (cerca de R$985), ou por uma dessas duas penalidades.
(Por:Estadão Conteúdo)
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