PRESIDENTE
Antes de seguir para o aeroporto de Congonhas, Bolsonaro conversou com a imprensa, e voltou a criticar medidas de isolamento contra a covid-19.
O presidente Jair Bolsonaro recebeu alta médica neste domingo (18), no
quinto dia de internação. Ele tratava um quadro de obstrução intestinal
no Hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo, e vinha
apresentando melhora gradativa desde a última quinta-feira. Ainda de
acordo com a nota divulgada pela assessoria, Bolsonaro seguirá com
acompanhamento ambulatorial da equipe médica assistente.
O
presidente saiu pela porta da frente do hospital, pouco antes das 10h.
Antes de seguir para o aeroporto de Congonhas, o presidente conversou
por meia-hora com a imprensa, e voltou a criticar medidas de isolamento
contra a covid-19, citando um novo medicamento que, segundo ele, pode
ser um novo tipo de tratamento para a doença, além de voltar a defender o
voto impresso.
Bolsonaro deixou o hospital pouco antes das 10h e
parou para falar com a imprensa. "Comecei a passar mal depois de uma
cirurgia de implante. E realmente é complicado saber a origem disso.
Alguns dias depois agravou a crise de soluço, e parecia que estava
pegando fogo o estômago. A causa disso era uma obstrução intestinal,
porque a aderência é comum em quem já sofreu cirurgia, como eu sofri,
após a facada do ex-psolista Adélio lá em Juiz de Fora", disse.
"Tive
que me submeter a uma dieta, fiz o que tinha que ser feito. Queria ir
embora desde o primeiro dia, mas não me deixaram ir embora. Espero daqui
a uns 10 dias estar comendo aí um churrasquinho de costela."
O
médico-cirurgião Antonio Luiz Macedo, que acompanha o presidente desde
2018, quando foi vítima de um ataque a faca, já havia adiantado a
previsão da alta na tarde de ontem, ao chegar no hospital. "O sistema
digestivo de Bolsonaro está funcionando, já há passagem de alimentos, e
está sem obstruções", informou.
Bolsonaro foi internado na última
quarta-feira (14), após sentir fortes dores na região do abdômen. Ele
também se queixava de crises de soluço há pelo menos dez dias. De acordo
com diagnóstico médico, ele sofreu uma obstrução no tubo digestivo por
causa de dobra do intestino, o que impedia a passagem adequada de
alimentos.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o
médico-cirurgião explicou que o quadro é "potencialmente grave", mas que
a situação de Bolsonaro foi controlada rapidamente. O presidente foi
transferido de Brasília para São Paulo para que o médico pudesse
acompanhá-lo de perto, além da maior oferta de recursos para o
tratamento. Uma nova cirurgia, porém, foi logo descartada pela equipe.
"Novas cirurgias abririam espaço para novas obstruções", afirmou Macedo.
O
processo de recuperação do presidente, no entanto, deve avançar
cuidadosamente nos próximos dias. A equipe médica ainda irá definir a
progressão da alimentação do presidente: a dieta deve passar de cremosa
(consumida com colher) para pastosa (consumida com garfo), sem incluir
alimentos fermentativos, que formam gases.
Uma sonda neogástrica
foi utilizada no presidente para levar alimentos e hidratação
diretamente ao estômago. Ela foi retirada na quinta-feira, e desde então
a alimentação via oral tem sido reintroduzida na rotina de Bolsonaro.
Macedo
afirmou também que outras recomendações a Bolsonaro incluam mastigar
bem a comida, fazer refeições leves e praticar exercícios regularmente,
como caminhadas.
Também segundo o médico, a depender da avaliação da equipe, Bolsonaro estaria apto para voltar ao trabalho amanhã.
(Por:Estadão Conteúdo)
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