sábado, 27 de dezembro de 2014

Tenente Styvenson é ameaçado de morte e promete ‘peneirar’ Natal atrás dos autores. Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram dois homens xingando e ameaçando atropelar e dar cinco tiros na cara do tenente

CAÇADA IMPLACAVEL

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Depois de conceder uma entrevista para o Jornal de Hoje na qual afirmava que as ameaças e subornos contra ele tinham parado, o tenente Styvenson Valentim, do Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE) e coordenador da Lei Seca no Estado, foi surpreendido nessa quinta (25), em pleno dia de Natal, por vídeos nos quais dois homens aparecem ameaçando o tenente, que já disse que irá prestar queixa e “caçar” ambos.

Em um dos vídeos, um homem que aparenta ter entre 30 e 35 anos, pede para o tenente esperá-lo em uma blitz em Pirangi. “Na volta quero dar cinco tiros na cara daquele vagabundo”.  Já no outro, dois homens aparecem conversando e um deles afirma que irá dar um “soco na cara do tenente” e que também irá “passar o carro por cima da perna dele. Homem é nós”. Nesse momento, o rapaz ainda insinua que está armado. Nos dois casos, os homens não se preocupam em esconder os rostos.Na entrevista concedida para o JH dessa quarta-feira (24), Styvenson tinham destacado que as ameaças e tentativas de suborno haviam parado. “Realmente aconteceram algumas situações ao longo do ano, principalmente no começo de tudo. Pois tinha muito aquela questão, de que eu estava prendendo todo tipo de pessoa. Para mim ali (na blitz) todos são iguais. Não importa quem seja ou o cargo que ocupa. Quem estiver cometendo algum crime, vai ter que pagar por aquilo. Mas questões de suborno e ameaças pararam. As pessoas perceberam que isso não tem efeito nenhum comigo e nem com a minha equipe”.

Depois de receber os dois vídeos com as ameaças, Styvenson disse que a primeira providência será prestar queixa. “Ninguém gosta de receber ameaças. Porém, nesses dois casos, além da ameaça física, eles também mostraram os rostos. Então irei prestar queixa, sim. Mas se me perguntarem se fiquei com medo, eu direi que não. Medo eu tenho apenas de Deus e de mais nada. Minha vida segue normalmente. Eu tenho apenas pena dessas duas pessoas”.

Além da queixa, o tenente confirmou que irá “intensificar” ainda mais as blitzen e que vai promover uma “caçada” até encontrar os dois homens que o ameaçaram. “Se as pessoas estão achando que as minhas blitzen estão duras, podem esperar que agora eu irei intensificar ainda mais. Vai ficar muito pior. Um dia eu sei que esses dois irão cair na minha mão. Eu não vou machucar ninguém não. Só irei cumprir a lei. Tenho certeza que eles não teriam de coragem de falar isso na minha frente. O rosto dos dois eu não esqueço nunca mais. Se querem beber, eles vão ter que se mudar do Rio Grande do Norte”.

Também em contato com o JH, tenente Styvenson ainda reclamou das condições de trabalho que tem para realizar as blitzen da Lei Seca. “Hoje faço 10% do trabalho que eu poderia fazer. Faltam os meios para melhorar. Não tenho viatura, não tenho guincho. Quero trabalhar e não me disponibilizam nada. Nenhum policial desse ganha diária operacional, mas tem que trabalhar feito um jumento. Ninguém ganha nada. Mas eu não quero ajuda financeira, quero meios”, disse na entrevista da última quarta.

Sobre o assunto, o coronel Francisco Araújo, comandante geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, afirmou que já existe um planejamento para aumentar o efetivo para o tenente. Hoje, além de Styvenson, apenas outro tenente e 12 PMs são responsáveis pela Lei Seca no RN. “O próprio Styvenson está analisando alguns nomes. Depois ele irá nos passar e vamos tentar integrar esses policiais na operação. Porém, como a blitz da Lei Seca é uma operação conjunta, principalmente com o Detran, os policiais precisam se oferecer para trabalhar no setor. Tem que ser algo voluntário. Mas dentro das condições da PM, estamos fazendo o possível dar as melhores condições para que o tenente faça o melhor trabalho possível”.

Em relação ao trabalho realizado por Styvenson, coronel Araújo fez apenas elogios. “O trabalho que ele faz é muito importante. Ele não está ali para prender ninguém. Ele está ali para preservar a vida. Quando o tenente tira algum motorista embriagado do trânsito, ele está preservando a vida daquela pessoa e de toda a população. Por isso o esforço que temos feito para conseguir tudo o que o tenente precisa para fazer um bom trabalho”.

Coronel Araújo também comentou a “fama” do tenente, de que ele trata todas as pessoas da mesma forma durante as abordagens, independente de ser “autoridade” ou não. “Na última terça-feira (23) eu estive com ele. Eu reforcei o que sempre venho dizendo. Se alguém se apresentar como alguma autoridade, claro que existem as maneiras de se abordar esse tipo de pessoa. Mas em relação ao crime de trânsito, todos são iguais. Se bebeu e dirigiu, não importa o posto. Todos estão sujeitos ao Código de Trânsito Brasileiro”.

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