Atualmente, a maior penitenciária do país e uma das mais lotadas tem capacidade para 1.687 presos, mas abriga 3.532, reportou a rede americana CNN. A superlotação, no entanto, não impediu Pavão de construir sua espaçosa suíte de luxo com todas as comodidades e regalias .
A supersuíte foi revelada após a descoberta de uma bomba de explosivos plásticos no muro da penitenciária na noite de terça-feira, que seria usada em uma tentativa de fuga. Condenado por lavagem de dinheiro e procurado no Brasil por narcotráfico, Pavão dormia confortavelmente em uma cama de casal coberta de edredons e tinha à sua disposição uma biblioteca onde, em meio a várias obras, se destaca a série completa sobre o narcotraficante colombiano Pablo Escobar.
“Vamos demolir a cela de Jarvis Chimenes Pavão e tomar medidas contra os diretores que permitiram os privilégios para este condenado”, disse o novo ministro da Justiça, Ever Martínez, que assumiu na quinta-feira passada – o escândalo culminou na demissão da ministra Carla Bacigalupo pelo presidente paraguaio, Horacio Cartes.
Alguns colegas presos de Pavão lamentaram a transferência do morador da “cela VIP”, como a conheciam. Um dos prisioneiros disse à agência de notícias France-Presse que o traficante brasileiro dava dinheiro para arrumar a quadra de futebol e a capela da prisão, além de pagar por sua segurança dentro da cadeia. Outro preso admitiu que o condenado era “o homem mais querido da prisão”.
Conivência
A advogada do traficante, Laura Acasuso, afirmou que vários ministros da Justiça e ex-diretores de Tacumbu estavam cientes dos privilégios de Chimenes Pavão e de outros presos de destaque. “Seis ou sete ministros da Justiça e seis ou sete diretores conhecem suas contribuições”, assegurou Acasuso.Considerado como um dos traficantes mais perigosos da região e herdeiro de Fernandinho Beira-Mar, que está em uma prisão de segurança máxima no Brasil, Chimenes Pavão foi acusado de matar, em junho, um conhecido empresário, Jorge Rafaat, na fronteira com o Brasil.
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