Impedido de colaborar diretamente com a campanha de Cláudio, como fez quando destinou 350.000 reais a sua campanha em 2012, o Grupo Aço Cearense, produtor de aço sediado em Fortaleza, contornou a legislação por meio de doações feitas pelas pessoas físicas de seus sócios.
Logo na largada do período eleitoral, na semana passada, o presidente do grupo, José Vilmar Ferreira, doou nada menos que 100.000 reais à campanha do prefeito através de uma transferência eletrônica. Nas últimas três eleições, em 2010, 2012 e 2014, Ferreira havia gasto pessoalmente apenas 800 reais em campanhas políticas. O beneficiário foi justamente Roberto Cláudio, há quatro anos.
O empresário acabou seguido por seus sócios – e filhos – Rose Marie Matos Ferreira, Wander Jean Matos Ferreira e Rose Aline Matos Ferreira, que doaram, cada um, 50.000 reais ao candidato à reeleição na capital cearense. Nenhum deles havia feito doações eleitorais nos últimos três pleitos.
O Grupo Aço Cearense era um disciplinado doador de campanhas. Nas eleições de 2014, a empresa doou 1,8 milhão de reais a partidos (PMDB e PROS) e 880.000 reais a seis candidatos, entre os quais o governador Camilo Santana (PT), cabo eleitoral de Roberto Cláudio, e o senador tucano Tasso Jereissati.
Em 2012, 2 milhões de reais saíram da empresa para os caixas de campanhas, incluindo os 350.000 reais a Cláudio e 50.000 reais ao PSD cearense. O valor total doado pelo grupo em 2010 foi de 2,4 milhões de reais, divididos entre 702.500 reais a candidatos e 1,7 milhão de reais a partidos. Já em 2008, a empresa distribuiu 551.500 reais a candidatos e 390.000 reais a legendas.
Após uma semana em campanha, o prefeito de Fortaleza já informou à Justiça Eleitoral ter recebido 1.020.000 reais em doações. Além dos 250.000 reais doados a Roberto Cláudio pela família à frente do Grupo Aço Cearense, outras 453 doações de pessoas físicas, com valores entre 450 e 5.000 reais, num total de 770.000 reais, foram despejadas em sua campanha pelo diretório municipal do PDT em Fortaleza.
O candidato declarou até agora ter gasto apenas 12.080 reais, pagos a duas empresas de comunicação visual e uma gráfica.
Por João Pedroso de Campos/Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário