IRREVERSÍVEL
A família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou a doação dos órgãos da ex-primeira-dama Marisa Letícia,
de 66 anos. A decisão foi tomada após exame realizado na manhã desta
quinta-feira (2) não ter detectado fluxo cerebral. Marisa está internada
na UTI do Hospital Sírio-Libanês desde o dia 24, quando um aneurisma se
rompeu, provocando hemorragia cerebral.
Marisa sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico (o tipo
mais grave) no dia 24. O problema foi provocado por um aneurisma
(dilatação anormal de uma artéria) que havia sido diagnosticado dez anos
antes. Como era pequeno, não havia indicação de cirurgia. Nos últimos
meses, porém, o aneurisma cresceu e provocou o sangramento no lado
esquerdo do cérebro.
A ex-primeira-dama chegou ao Hospital
Sírio-Libanês, em São Paulo, consciente, mas um pouco confusa. Veio
medicada do Hospital Assunção, em São Bernardo do Campo, onde sua
pressão arterial chegou a 23 por 12. No Sírio, ela foi submetida a um
procedimento chamado de embolização (por cateterismo, pequenas molas
alcançam o local afetado para estancar o sangramento no cérebro).
O
procedimento foi considerado bem-sucedido e os médicos se mostravam
otimistas. O plano era manter a paciente entubada na Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) por alguns dias. As primeiras 48 horas seriam cruciais
para sua recuperação plena. O cenário começou a mudar quando o aumento
da quantidade de sangue circulante no local afetado provocou um processo
inflamatório.
Os dias se passaram e o inchaço (edema) cerebral
não regrediu. Marisa sofreu também de formação de coágulos nas veias
(trombose venosa profunda) das pernas. Para evitar que os trombos fossem
carregados pela corrente sanguínea até o cérebro, os pulmões ou o
coração (o que pode ser fatal), os médicos colocaram um filtro de veia
cava na paciente.
Nada disso impediu que o quadro se agravasse. A
sedação havia sido retirada na manhã da terça-feira (31), mas no dia
seguinte os médicos decidiram colocar Marisa em coma induzido novamente.
A pressão intracraniana aumentou, assim como a inflamação. Um exame
revelou que a atividade cerebral de Marisa era mínima. Na noite da
quarta-feira (1º), o cardiologista Roberto Kalil Filho, grande amigo da
família desde os anos 1980, já dizia que o quadro era “irreversível”.
Íntegra da nota divulgada pelo Hospital Sírio-Libanês nesta quinta-feira:
A
paciente Marisa Letícia Lula da Silva permanece internada na UTI do
Hospital Sírio-Libanês. Na manhã de hoje foi realizado Doppler
transcraniano, sendo identificada ausência de fluxo cerebral.
Diante do resultado, com autorização da família, foram iniciados procedimentos para doação de órgãos.
(Época)
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