sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Lula e família autorizam doação de órgãos de Marisa Letícia. Exame não detecta fluxo cerebral, informa boletim médico sobre a ex-primeira-dama

IRREVERSÍVEL

Marisa Letícia,mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silba (Foto:  Nelson Almeida/AFP)A família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou a doação dos órgãos da ex-primeira-dama Marisa Letícia, de 66 anos. A decisão foi tomada após exame realizado na manhã desta quinta-feira (2) não ter detectado fluxo cerebral. Marisa está internada na UTI do Hospital Sírio-Libanês desde o dia 24, quando um aneurisma se rompeu, provocando hemorragia cerebral.
 
Marisa sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico (o tipo mais grave) no dia 24. O problema foi provocado por um aneurisma (dilatação anormal de uma artéria) que havia sido diagnosticado dez anos antes. Como era pequeno, não havia indicação de cirurgia. Nos últimos meses, porém, o aneurisma cresceu e provocou o sangramento no lado esquerdo do cérebro.

A ex-primeira-dama chegou ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, consciente, mas um pouco confusa. Veio medicada do Hospital Assunção, em São Bernardo do Campo, onde sua pressão arterial chegou a 23 por 12. No Sírio, ela foi submetida a um procedimento chamado de embolização (por cateterismo, pequenas molas alcançam o local afetado para estancar o sangramento no cérebro).

O procedimento foi considerado bem-sucedido e os médicos se mostravam otimistas. O plano era manter a paciente entubada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por alguns dias. As primeiras 48 horas seriam cruciais para sua recuperação plena. O cenário começou a mudar quando o aumento da quantidade de sangue circulante no local afetado provocou um processo inflamatório.

Os dias se passaram e o inchaço (edema) cerebral não regrediu. Marisa sofreu também de formação de coágulos nas veias (trombose venosa profunda) das pernas. Para evitar que os trombos fossem carregados pela corrente sanguínea até o cérebro, os pulmões ou o coração (o que pode ser fatal), os médicos colocaram um filtro de veia cava na paciente.

Nada disso impediu que o quadro se agravasse. A sedação havia sido retirada na manhã da terça-feira (31), mas no dia seguinte os médicos decidiram colocar Marisa em coma induzido novamente. A pressão intracraniana aumentou, assim como a inflamação. Um exame revelou que a atividade cerebral de Marisa era mínima. Na noite da quarta-feira (1º), o cardiologista Roberto Kalil Filho, grande amigo da família desde os anos 1980, já dizia que o quadro era “irreversível”.
 
Íntegra da nota divulgada pelo Hospital Sírio-Libanês nesta quinta-feira: 

A paciente Marisa Letícia Lula da Silva permanece internada na UTI do Hospital Sírio-Libanês. Na manhã de hoje foi realizado Doppler transcraniano, sendo identificada ausência de fluxo cerebral.

Diante do resultado, com autorização da família, foram iniciados procedimentos para doação de órgãos.

(Época)

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